Todos os anos, nas férias de julho, os seminaristas da Arquidiocese de Olinda e Recife realizam a “Semana Missionária”, com o objetivo de aumentar em cada um o amor e o ardor missionário, características do sacerdócio que abraçarão em breve. Cerca de setenta seminaristas participaram desta vivência missionária, de 21 a 28 de julho, dividindo-se em grupos para missão nas paróquias e em realidades adversas como as de encarcerados ou dependentes químicos.

“É uma vivência muito importante para nós porque, quando estamos diante do povo de Deus, conhecemos e dividimos suas angústias, lutas e sofrimentos diários”, disse o seminarista Ruan Góes, que vive a experiência na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Salgadinho, Olinda. Para ele, que divide a missão com os colegas Ricardo Paulo, João Henrique e Rodrigo Tibúrcio, é na partilha com os colegas que as diferenças são confrontadas, “para que consigamos enxergar Deus na miséria e na riqueza, em palafitas e prédios”, completou.

Os seminaristas que vivem a Semana Missionária nas paróquias fazem visitas a famílias e doentes das comunidades, vão a hospitais e participam de formação com agentes pastorais. Outros grupos, no entanto, fazem a experiência na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), na Fazenda da Esperança e na Pastoral do Povo de Rua.
Na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Torre, seis seminaristas são acompanhados pela Legião de Maria, pelo Conselho Missionário Pastoral (Comipa) e pelo padre Romeu da Fonte. Os contrastes também estão presentes: palafitas e prédios dividem o bairro que mistura áreas comerciais e residenciais. “A missão, porta a porta, nos dá a oportunidade de, em vez de evangelizarmos a população, sermos evangelizados por ela”, comentou o seminarista Alex Cabral. “Mesmo em meio às dificuldades, as pessoas nos dão verdadeiros testemunhos de fé”, disse. E completa, entusiasmado: “O sentimento que norteia nosso coração é o crescimento da vontade de ser padre, porque a gente sai um pouquinho do recinto acadêmico e formativo, da faculdade e do seminário, para viver mais perto do irmão, em meio aos desassistidos, esquecidos e doentes. Por isso, agradecemos a Deus e a nossos formadores por essa experiência singular do encontro com Cristo na pessoa do próximo”.

O reitor do Seminário Nossa Senhora da Graça, responsável pela formação dos futuros padres da Arquidiocese, é o padre João Bosco da Costa Lima. O vice-reitor é o padre José Severino da Silva, novo pároco de São Lucas, em Ouro Preto, e novo vigário episcopal de Olinda. A formação no Seminário dura, em média, nove anos: um ano no Seminário Propedêutico de Igarassu, três anos de Filosofia e quatro de Teologia (cursados na Universidade Católica de Pernambuco) e um ano de estágio pastoral. Após a formação, os seminaristas são ordenados diáconos e, em seguida, sacerdotes.
Os vicariatos e paróquias que receberam os seminaristas para a missão foram: Soledade (paróquias Nossa Senhora do Rosário e Santa Luzia – Torre), Olinda (paróquia Sagrado Coração de Jesus – Salgadinho), Vitória (paróquia Santo Antão – Vitória de Santo Antão) e Cabo (paróquia Sagrado Coração de Jesus – Escada, no distrito de Freixeiras).
Pascom AOR
Fotos: Alex Cabral e Ruan Góes








