O dia da sexta-feira, 13/07/18, iniciou com uma notícia dolorosa:  a profanação do sacrário da matriz paroquial de São Francisco de Assis, localizada na 2a. etapa de Rio Doce, Olinda. De acordo com informações do pároco padre Givanildo da Silva e de paroquianos, o Santíssimo Sacramento foi profanado na madrugada e todas as atividades e celebrações previstas para acontecerem na matriz não puderam ser realizadas até que uma Missa de desagravo (reparação) seja celebrada pelo arcebispo.  À noite, o arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, foi acolhido pela comunidade paroquial de São Francisco de Assis para presidir a Missa de desagravo na matriz.

 

As portas fechadas do templo e os fiéis do lado externo da igreja expressavam a atmosfera de pesar e expectativa no ambiente. A Missa de desagravo foi iniciada com o arcebispo dom Fernando Saburido abrindo as portas da matriz e adentrando silenciosamente no templo, seguido pelo pároco e pelo vigário episcopal do vicariato Olinda e pela assembleia. O arcebispo saudou a todos e iniciou o rito penitencial, abençoando a água e benzendo o altar e os paroquianos. O altar fica despojado de qualquer adorno. A Missa de desagravo é recomendada para reparar a injúria cometida contra o templo e a Eucaristia e os ritos presididos pelo arcebispo purificam e abençoam a igreja, preparando-a para as celebrações litúrgicas. Dom Fernando presidiu a Missa votiva pela Santíssima Eucaristia, em reparação pelo Santíssimo Sacramento, concelebrada pároco padre Givanildo da Silva e o monsenhor José Albérico Bezerra, vigário episcopal do vicariato Olinda. 

Em sua homilia, o arcebispo metropolitano salientou que o que ocorreu na matriz de São Francisco foi um atentado contra a Eucaristia e que toda a Igreja fica triste com este ato de desrespeito a Jesus Eucarístico. Dom Fernando explicou que a primeira parte da Missa consistia em um ato penitencial: “É uma maneira de pedirmos perdão a Deus pelo mal que nosso irmão cometeu – ou por falta de respeito ou por não ter consciência da dimensão do que estava fazendo”. O metropolita convidou todos a rezarem pela conversão da pessoa que profanou o Santíssimo e lamentou a violência cometida contra o Sagrado.

O arcebispo comentou ainda que o Evangelho de Lucas (Lc. 24, 13-35), lido na Missa,   descreveu que os discípulos de Jesus encontravam-se desanimados quando voltavam para a aldeia de Emaús, mas seus olhos estavam bastante fechados devido à tristeza e não enxergavam o Cristo, que anonimamente peregrinava junto a eles. Finalmente, o Cristo foi reconhecido na fração do pão, demonstrando que a Santa Eucaristia significa uma aliança indissolúvel, na dor e no amor, na alegria e na tristeza. Após a bênção, o altar foi novamente adornado com toalha, velas e cruz, para o início da celebração eucarística.

Dentre os paroquianos presentes na missa, estava o casal de ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, Priscila e Thiago Guimarães, com o seu filho de dois anos e sete meses, Caio. O casal, que frequenta a paróquia de São Francisco de Assis desde a adolescência, atua no ministério extraordinário da Sagrada Eucaristia há dois anos e relatou que a situação da profanação do Santíssimo representa um momento para toda a comunidade se fortalecer na caminhada da fé. “Vemos que o inimigo nos ronda, está na porta, mas não podemos desanimar”, concluiu Priscila. O casal transmite ao pequeno Caio os sinais de devoção e respeito à Igreja.

O pequeno Caio, de 2 anos e 7 meses, rezando na matriz de São Francisco

 

Antes da bênção final, o padre Givanildo falou aos paroquianos que o episódio da profanação foi muito doloroso para toda a comunidade, mas destacou que é necessário prosseguir com as atividades da paróquia, como a Semana Jovem e as atividades pastorais e litúrgicas.

(Pascom AOR)