da Redação

O natal está chegando e os valores do advento são ameaçados pela onda do consumismo. Uma avalanche de propagandas surge com um único apelo: comprar mais. Para o padre Josenildo Tavares Ferreira, coordenador Pastoral da Arquidiocese de Olinda e Recife: “O grande perigo é a gente esquecer do aniversariante, esquecer que Ele (Jesus) é o centro. ”

Para ajudar o cristão a não perder o verdadeiro sentido do nascimento de Cristo, o Diretório de piedade popular e liturgia orienta alguns passos para viver bem este tempo:

  1. Espiritualidade do Dom, ”um menino nos nasceu, um filho nos foi dado ” (Is 9,5).  E o valor sagrado da vida e o acontecimento maravilhoso que se realiza no nascimento de cada mulher, porque através do nascimento de Maria, o Verbo da vida chegou aos homens e tornou-se visível (cf. 1 Jo 1, 2);
  2. Solidariedade que o evento natalício comporta: solidariedade para com o homem pecador, através do qual, em Jesus, Deus se fez homem «por nós homens e para a nossa salvação»; solidariedade com os pobres, porque o Filho de Deus “sendo rico se fez pobre” para nos enriquecer “com a sua pobreza” (2 Cor 8,9);
  3. O valor da alegria e da paz messiânicas, aspirações profundas dos homens de todos os tempos: os Anjos anunciam aos pastores que nasceu o Salvador do mundo, o “Príncipe da paz” (Is 9,5) e expressam o desejo de “paz na terra aos homens que Deus ama” (Lc 2,14);
  4. O clima de simplicidade, pobreza, humildade e confiança em Deus que envolve os acontecimentos do nascimento do menino Jesus;
  5. Oração para toda a família: oração que inclui a leitura da narração do nascimento de Jesus segundo São Lucas, em que os cânticos típicos o eco do Natal e as súplicas e os elogios, sobretudo das crianças, protagonistas deste encontro familiar;
  6. A tradição dos cânticos natalícios, instrumentos muito poderosos para transmitir a mensagem de alegria e paz no Natal, a piedade popular propõe algumas das suas expressões de oração, que convém valorizar e, se necessário, harmonizar com as celebrações da Liturgia;
  7. A árvore de Natal é hoje um sinal fortemente evocativo, bastante difundido nos ambientes cristãos; evoca tanto a árvore da vida, plantada no Jardim do Éden (cf. Gn 2,9), como a árvore da cruz, e assim adquire um significado cristológico: Cristo é a verdadeira árvore da vida, nascida da nossa linhagem, da terra virgem Santa Maria, árvore perene, fértil em frutos;
  8. Ceia de Natal. A família cristã que todos os dias, segundo a tradição, abençoa a mesa e agradece ao Senhor pelo dom do alimento, realizará este gesto com maior intensidade e atenção na ceia de Natal, compartilhando o alimento com os pobres;
  9. A Igreja quer que todos os fiéis participem na noite de 24 de dezembro, se possível, no Ofício das Leituras, como preparação imediata para a celebração da Eucaristia. Onde isso não for feito, pode ser conveniente preparar uma vigília com cantos, leituras e elementos de piedade popular, inspirados por esse ofício;
  10. Ao final da celebração, os fiéis podem beijar a imagem do Menino Jesus e colocá-la no presépio que foi colocado na igreja ou em local próximo.

Para padre Josenildo, o Natal deve ser vivido com alegria: “ Que a gente dê presente, que a gente faça caridade, que a gente veja Jesus no próximo, mas que não seja somente no natal, que a pressa de Maria seja também a nossa pressa em levar o Cristo. ” Enfatiza.