Eu semeio o bem? Preocupo-me apenas em colher para mim mesmo ou também semeio para os outros? Lanço algumas sementes do Evangelho em minha vida cotidiana: estudo, trabalho, tempo livre? Fico desanimado ou, como Jesus, continuo a semear, mesmo que não veja resultados imediatos? Perguntou o Papa no Angelus deste domingo, 16 de julho, ressaltando que é preciso semear o bem sempre

Raimundo de Lima – Vatican News

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Na alocução que precedeu a oração do Angelus, este XV Domingo do Tempo Comum, o Papa ateve-se ao Evangelho do dia, que nos apresenta a parábola do semeador.

A da “semeadura” é uma imagem muito bonita, que Jesus usa para descrever o dom da sua Palavra, disse Francisco.

Imaginemos uma semente: ela é pequena, quase invisível, mas produz plantas que dão frutos. A Palavra de Deus é assim; pensemos no Evangelho, um pequeno livro, simples e ao alcance de todos, que produz vida nova naqueles que o acolhem. Portanto, se a Palavra é a semente, nós somos o terreno: podemos recebê-la ou não. Mas Jesus, o “bom semeador”, não se cansa de semeá-la com generosidade. Ele conhece o nosso terreno, sabe que as pedras da nossa inconstância e os espinhos dos nossos vícios podem sufocar a Palavra, mas sempre espera que possamos dar frutos abundantes.

Os pais: semear o bem e a fé nos filhos, sem desanimar-se

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O Santo Padre destacou que assim faz o Senhor e assim somos chamados também nós a fazer: a semear sem nos cansar. O Papa deu alguns exemplos, partindo dos pais.

Eles semeiam o bem e a fé nos filhos, e são chamados a fazer isso sem desanimar se, às vezes, eles parecem não entender ou apreciar seus ensinamentos, ou se a mentalidade do mundo “rema contra eles”. A boa semente permanece, isso é o que importa, e ela criará raízes no devido tempo. Mas se, cedendo à desconfiança, eles desistirem de semear e deixarem seus filhos à mercê das modas e do celular, sem dedicar tempo a eles, sem educá-los, então o terreno fértil se encherá de ervas daninhas.

Fiéis e peregrinos na Praça São Pedro durante o Angelus (Vatican Media)

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Os jovens: dedicar tempo aos mais necessitados

Em seguida, o Pontífice trouxe o exemplo dos jovens: eles também podem semear o Evangelho nos sulcos da cotidianidade. Por exemplo, com a oração: é uma pequena semente que não se vê, mas com a qual se confia tudo o que se vive a Jesus, e assim Ele pode fazê-la amadurecer. Mas também penso no tempo para dedicar aos outros, aos mais necessitados: pode parecer perdido, ao invés, é um tempo sagrado, enquanto as aparentes satisfações do consumismo e do hedonismo deixam de mãos vazias. E penso no estudo, que é cansativo e não satisfaz imediatamente, como a semeadura, mas é essencial para construir um futuro melhor para todos.

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Por fim, trouxe o exemplo dos semadores do Evangelho,  muitos bons sacerdotes, religiosos e leigos engajados na proclamação, que vivem e pregam a Palavra de Deus, muitas vezes sem sucesso imediato.

Nunca nos esqueçamos, quando proclamamos a Palavra, que mesmo onde nada parece estar acontecendo, na realidade o Espírito Santo está trabalhando e o reino de Deus já está crescendo, por meio e além de nossos esforços. Portanto, avante com alegria! Lembremo-nos das pessoas que plantaram a semente da Palavra de Deus em nossa vida: ela pode ter brotado anos depois de termos encontrado seus exemplos, mas isso aconteceu graças a elas!

Como Jesus, semear sempre

Francisco concluiu lançando mais uma interrogação, pedindo a cada um que respondesse a si mesmo. Eu semeio o bem? Preocupo-me apenas em colher para mim mesmo ou também semeio para os outros? Lanço algumas sementes do Evangelho em minha vida cotidiana: estudo, trabalho, tempo livre? Fico desanimado ou, como Jesus, continuo a semear, mesmo que não veja resultados imediatos?

O Papa lembrou que este 16 de julho veneramos Maria sob o título de Nossa Senhora do Carmo, pedindo a ela que nos ajude a sermos semeadores generosos e alegres da Boa Nova.