Todos me conhecem pelo nome de Carlinhos Alma, nome artístico dado no teatro em 1995. Filho de mãe católica e pai evangélico, minha infância teve formação católica com batismo e primeira comunhão.

Tudo estava indo muito bem até que, aos meus onze anos de idade, meu pai, que era um sanfoneiro muito conhecido e tocava nas folias de Reis, festas juninas e nas fazendas, decidiu voltar para a Igreja. Para minha mãe, esta atitude foi uma benção, porque meu pai passava noites e noites nas festas e isto preocupava muito minha mãe. Logo começou a ir com ele para a Igreja Batista para lhe fazer companhia. Desde então nunca mais entrou em uma Igreja Católica. Meus pais não são casados na Igreja e isto impedia que minha mãe participasse da comunhão do corpo de Cristo. Este empecilho já não existia na Igreja Batista e isto confortou seu coração que há muito vivia aflita com aquela situação, não aceita, pela Igreja.

Eu, um adolescente, não tive outra opção a não ser acompanhar meus pais; confesso que tive muito medo das gritarias que os crentes faziam numa Igreja Pentecostal nos fundos da minha casa, mas na Igreja Batista, era um silêncio, e lá fui me adaptando.

Depois de um certo tempo, fui vendo que eles desfaziam de tudo que eu tinha aprendido, transformando Maria, mãe de Jesus, numa mulher qualquer, na qual era praticamente proibido demonstrar amor por ela ou até mesmo falar que a amava, pois, para eles, esta era uma atitude idólatra e os idólatras não herdariam o reino de Deus.

Como vim de uma família de músicos, eu tocava razoavelmente bem para minha idade, e estava tendo um conflito de formação religiosa na minha mente. Logo fui convidado para tocar nos eventos da noite, mas como era apenas um adolescente, aquilo era a melhor coisa que eu pude conhecer.

Virava e mexia, eu estava também na Igreja Batista tocando novamente com as bandas daquela igreja, até que decidi que não era isso que queria. Resolvi desaparecer das igrejas, não quis mais compromisso com nenhuma e fiquei assim por três anos da minha vida.

Vivia satisfeito com minha decisão, até que um dia chegou uma pessoa da Igreja Católica para fazer os arranjos de seu CD. Já estava acostumado a fazer arranjos para duplas sertanejas, forró, baião e até algumas gospel para os evangélicos, mas para Igreja Católica nunca tinha feito.

Quando eles entravam no estúdio faziam uma oração de uma maneira que eu desconhecia na Igreja Católica, achando tudo estranho, mas não comentava nada a respeito.

Depois da gravação, me convidaram para tocar no lançamento do CD, e foi quando minha vida começou a mudar. Conheci o Ministério de Evangelização Amigos do Pai, e ao terminar o lançamento, me perguntaram se eu tocava em alguma banda. Disse que não, e eles me convidaram a entrar no Ministério. Naquele momento, meu desejo era dizer “não, nem pensar”, mas respondi “vamos orar”. Concordaram e me deram um cartão de apresentação da banda. E orar foi exatamente o que eles fizeram durante três meses.

Numa quinta-feira, acordei cheio de vontade de tocar em uma banda, mas não queria tocar nos eventos da noite. Procurei o cartão da banda por procurar, pois nunca guardava cartões, mas o da banda estava lá novinho em folha. Peguei e liguei imediatamente, perguntando se haviam conseguido um tecladista, pois estava disposto a fazer um teste para ver se eu me encaixava no que eles queriam. Só ouvi uma voz trêmula me respondendo que ainda não tinham encontrado um tecladista e, se eu quisesse ensaiar, haveria ensaio na quinta feira na casa de uma das vocalistas da banda, chamada Juliana. Eles ainda estavam orando e tudo estava sendo confirmado através da oração.

A forma pela qual fui escolhido por Deus me comoveu muito porque conheci um Deus totalmente diferente. Muito interessante também foi o meu encontro com Maria, mãe de Jesus, que para mim ainda era algo difícil de entender. Foi marcante. Estávamos fazendo o cerco de Jericó na comunidade Vida Nova, que foi a grande responsável por toda esta cura interior que me atormentava há muitos anos.

Foi lindo, perfeito. Vi que Maria não era nada daquilo que me ensinaram na “outra” igreja; ela era simplesmente mãe e não queria glórias, não queria ser Deus, não queria nada, só ser mãe e cuidar de mim.

Hoje, três anos depois, estou casado, tenho duas filhas lindas e uma esposa maravilhosa. Sou muito feliz e posso dizer a todo mundo, com toda sinceridade do meu coração: Maria, eu te amo, graças a Deus.

 

Esse testemunho foi relatado pessoalmente pelo tecladista da Banda Amigos do Pai, Carlinhos Alma, a Jaime Francisco de Moura
Com informações do Front Católico