A noite de 27 de abril de 2018 vai ficar na memória afetiva de muitos membros do clero arquidiocesano. Trata-se da celebração eucarística em ação de graças pelo jubileu de ouro sacerdotal do padre José Augusto Rodrigues Esteves, de 84 anos, que deixou ainda mais radiante a igreja concatedral de São Pedro dos Clérigos, bairro de São José, Recife. O mesmo templo foi o cenário da ordenação sacerdotal do padre José Augusto, que recebeu o grau da ordem pela imposição das mãos do saudoso dom Helder Camara.

O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, não pode comparecer ao jubileu de ouro sacerdotal, mas enviou mensagem de felicitações ao padre José Augusto, lida diante da assembleia pelo monsenhor Luciano Brito, vigário-geral da Arquidiocese. Demonstrando convicção e realização em seguir a vida religiosa, o padre José Augusto, que é pároco da paróquia de São José, no Recife, há 48 anos, presidiu a santa missa, que foi concelebrada por membros do clero arquidiocesano.

Familiares, amigos, paroquianos da matriz de São José, da comunidade do Cabanga e da igreja das Fronteiras lotaram a concatedral de São Pedro dos Clérigos, mostrando que o padre José Augusto ocupa um espaço definitivo em suas vidas e na vida de suas famílias. Para os membros do clero, especialmente para os sacerdotes mais jovens, o “padre Zé”, como é carinhosamente chamado, é um espelho de vida sacerdotal almejado por muitos. Isto ficou claro no momento da homilia da missa, quando o jovem padre Marcelo Marques Santana Júnior, da paróquia do Rosário, em Tejipió, proferiu a homilia. “O padre Zé Augusto sempre nos deixava empolgados com o seu testemunho de vida presbiteral e foi marcante um retiro que ele pregou aos seminaristas, antes de eu ser ordenado padre.”, lembrou.

Ao longo da celebração, permeada pelos músicos do Instituto Dom da Paz, a memória de dom Helder Camara foi evocada pelo padre José Augusto a todo momento: “Naqueles tempos difíceis da Ditadura, de opressão e de violência, aprendi com dom Helder e com outros sacerdotes que a Igreja no Brasil dispunha de uma arma muito especial: a juventude católica. E hoje, vejo os mesmos jovens de ontem, aqui presentes neste momento de celebração para mim, já de cabelos grisalhos e trazendo as suas famílias.”

O padre José Augusto referiu-se aos jovens paroquianos que acompanhavam dom Helder e aos paroquianos da matriz de São José, que ao longo de sua formação católica, receberam os Sacramentos pelas mãos do padre José, como Batismo, Primeira Eucaristia, Matrimônio, Crisma, assim como a orientação espiritual e aconselhamentos diversos.

Os convidados à celebração ganharam do padre José um cartão comemorativo ao seu jubileu de ouro sacerdotal, onde se li a seguinte frase de dom Helder: “Tudo é graça. Não; não pares. É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Manter o ritmo…é não desistir. Podendo ou não podendo, caindo embora aos pedaços, chegar até o fim.”

 

 

 

 

Diante do bispo emérito de Nazaré, dom Jorge Tobias de Freitas, o padre José Augusto fez a renovação das promessas sacerdotais. Empunhando uma vela acesa, usada há 50 anos, no dia de sua ordenação sacerdotal, o padre José Augusto emocionou aos presentes: “Símbolo da fé, esta vela. É com esta mesma luz, que reacendo hoje, e deverei prosseguir reacendendo, até o final. Me sinto realizado com o meu ministério sacerdotal que por graça de Deus a Igreja me concedeu.”

Após a comunhão, ao final da celebração, todo o clero e a assembleia cantaram o Te Deum, junto com o padre José Augusto, expressando a alegria do momento. Dentre os fiéis presentes, encontrava-se dona Zita Esteves Brito, de 83 anos, irmã caçula do padre José Augusto. Ela recordou dos tempos da infância e revelou que desde muito pequeno, o irmão já gostava de brincar de rezar missas. “Ele ficava furioso quando eu e nossos primos ríamos, quando não levávamos a sério as ‘celebrações’ que ele presidia. E José me colocava para carregar uma cadeira, simulando um andor de procissão, mas eu era muito pequena, com 4 anos de idade e não tinha forças para sustentar.” Dona Zita destaca que é um grande presente ter um sacerdote na família, e adianta que o padre José Augusto tem um sobrinho-neto que está estudando Filosofia em Roma, preparando-se para ser presbítero.

(Pascom Arquidiocese)