O clero de Olinda e Recife participou da missa celebrada hoje (22) pela manhã, no Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. Presidida pelo arcebispo dom Paulo Jackson, na festa da Cátedra de Pedro, a missa foi transmitida ao vivo pela TV Aparecida e reuniu cerca de 120 presbíteros – dentre eles, os vigários gerais da Arquidiocese, padre Luciano Brito e padre Josivaldo Bezerra, além dos vigários episcopais e coordenadores de diversas comissões arquidiocesanas de pastorais. O Evangelho foi proclamado pelo padre Luciano Brito.

Na homilia, dom Paulo expressou gratidão ao arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, pela acolhida do clero na cidade de Aparecida e na basílica-santuário. Sendo o dia em que a Igreja celebra a Cátedra de Pedro, a homilia de dom Paulo explorou a importante figura de Pedro na história e a obediência e amor a seu sucessor, o papa Francisco.

Depois de mostrar a força impressionante de Pedro, presente em vários momentos da história de Jesus – a pesca milagrosa, a reação violenta à prisão no Horto, a corrida até o túmulo do ressuscitado – dom Paulo afirma que a fraqueza do apóstolo é igualmente expressiva, pois chegou a negar Jesus.  Segundo o arcebispo, “a diferença entre Pedro e Judas é o que eles fazem com o seu remorso: Pedro transforma o remorso da negação em arrependimento generoso, em oblação amorosa e em martírio. Judas transforma a traição em remorso mórbido, doentio e autodestrutivo”. Dom Paulo afirma ainda que, ao compreender a identidade de Cristo, Pedro começa a compreender sua própria identidade, a sua missão, “e recebe as chaves, símbolo do poder de amarrar e desamarrar, isto é, o poder de tomar decisões jurídicas e normatizar, mas também de perdoar e absolver”.

O final da homilia de dom Paulo Jackson foi carregado de admiração e obediência à figura do papa Francisco. As palavras eram um pedido de apoio ao Papa, que vem recebendo críticas de parte da comunidade católica do Brasil, enraizadas na oposição ao Concílio Vaticano II, e que discorda do discurso acolhedor do pontífice quanto às situações adversas do hoje no mundo. “Pedro tem o primado do colégio apostólico. É por isso que nós dizemos que cada bispo, cada presbítero, cada diácono, cada religioso, cada religiosa, cada seminarista, cada leigo e cada leiga vive sua fé com Pedro. Estamos com Pedro, em comunhão profunda com ele, e também sob Pedro, debaixo de sua autoridade, rendendo-lhe adesão respeitosa e obediente. A Tradição não para em Pio XII. Não para naquele Papa que me apraz, que me agrada, que eu gosto. O Espírito Santo conduz ininterruptamente a Igreja. Guiada por aquele que o mesmo Espírito escolheu. Muitos imaginam a Tradição da Igreja como algo estanque, estático, como se fosse uma cisterna de água parada e presa. Pior: por muitos, a Tradição é solenemente negada.  Nas redes sociais da Internet, há inúmeros jovens e outros, sobretudo leigos iluminados, que se arvoram no papel de gurus e comunicadores de uma pretensa verdade. Alguns estão a negar a autoridade do Papa Francisco e até do Concílio Vaticano II. É bom termos um pouquinho de cuidado. Agindo assim, estas pessoas, elas mesmas, saem da Comunhão. Entre tantas coisas importantes, hoje, o papa Francisco nos pede duas: a preparação para a celebração do Jubileu de 2025 por meio da oração; e a acolhida existencial e vital do caminho de sinodalidade que se abriu para a Igreja. Este ano de 2024 deve ser dedicado, de modo especial, à oração e à busca sincera da comunhão. Ore pelo papa Francisco, ame o papa Francisco, respeite e acolha o que o Papa, guiado pelo Espírito Santo, determina para a Igreja. E que a Mãe Aparecida o cubra com seu manto materno”.

A missa no Santuário Nacional de Aparecida marcou o encerramento do retiro anual do clero de Olinda e Recife, que teve início na terça-feira, 20 de fevereiro.

Pascom AOR

Fotos: reprodução TV