Foco do encontro foi a situação de risco vivenciada pela mulher
Há 26 anos, o último domingo do mês de outubro é considerado o Dia Nacional da Juventude e celebrado em todo o Brasil. Em Pernambuco, a comemoração ficou por conta dos jovens integrantes das 100 paróquias ligadas a Arquidiocese de Olinda e Recife. Cerca de 500 meninos e meninas foram até a quadra do Colégio São José, na Boa Vista, para fortalecer o protagonismo juvenil. O arcebispo dom Fernando Saburido também celebrou uma missa e fez o encerramento do evento. Este ano, o foco do encontro foi a posição da mulher na sociedade e as situações de risco vivenciadas por este segmento. De janeiro a setembro deste ano, a Secretaria de Defesa Social (SDS) contabilizou 195 mortes de pessoas do sexo feminino.
O número assusta. Por esse motivo, a Comissão para a Juventude da Arquidiocese de Olinda e Recife decidiu que a consciência jovem deve estar voltada para as problemáticas do universo feminino. O presidente da Comissão, padre Gimesson Silva, acredita que encontros como esse intensificam a consciência do jovem sobre os caminhos que devem seguir. “Sabemos que a violência está em todo o lugar. Ela é vista nas ruas, nas comunidades, mas sempre tem início em casa”, alertou. O pároco afirmou que o dia é de reflexão. “A mulher assume um papel importante na sociedade e precisamos lutar contra o preconceito. Os números de violência são terríveis e é preciso que essa consciência faça parte da vida do jovem”.
A estudante Jacicleide Silva de Morais, de 16 anos, contou que não é participante assídua dos eventos da comunidade Católica. “Hoje eu vim porque estou com umas amigas, mas não me arrependi. É muito importante que eventos como esse alertem sobre a violência, especialmente com a presença dos jovens”, afirmou. Ainda segundo a garota, o pensamento de combate à violência deve começar desde a infância. “Nós, jovens, podemos ser transformadores dessa realidade”. Além das pregações, durante todo o dia de ontem os jovens participaram de apresentações culturais, debates e ainda assistiram testemunhos. “Estamos aqui para formar a consciência da juventude sobre esse problema que é a violência. É um dia de festa, porém com uma perspectiva cultural”, disse o padre Gimesson.
Reportagem: Bárbara Franco
Fonte: Folha de Pernambuco