Na tarde desta quarta-feira (21/07), o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, foi até o prédio da reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Cidade Universitária, no Recife, para uma tarefa muito especial: entregar certificados de conclusão do curso de formação de Agentes Populares de Saúde, promovido pela Pró Reitoria de Extensão e Cultura da UFPE.

Os concluintes são moradores de áreas pobres da Região Metropolitana, assistidos pelo Programa Mãos Solidárias, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na impossibilidade de reunir no Auditório João Alfredo os 717 agentes formados – por conta das restrições impostas pelo protocolo de controle da pandemia – foram convidados 25 representantes de comunidades diferentes para participar do evento, que teve entrega de anel (de tucum, simbolizando o compromisso com os mais pobres) e certificado.

Além do arcebispo, participaram o reitor da UFPE, Alfredo Gomes; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Oussama Naouar; o superintendente geral da Santa Casa de Misericórdia e ex-reitor da UFPE, Amaro Lins; além de coordenadores do curso e representante da Secretaria de Saúde do estado.

“Eu vejo em tudo isso a mão de Deus”, comentou dom Fernando Saburido. “Eu vejo aquilo que está lá no Evangelho, no sermão escatológico (capítulos 24 e 25), onde Jesus diz ‘Eu tive fome e tu me deste de comer; eu tive sede e tu me deste de beber; eu estava nu e me vestiste; estava preso e me visitaste’… É o Evangelho mostrando a necessidade de fazermos o bem”, afirmou o arcebispo.

O Programa Mãos Solidárias é coordenado por Paulo Mansan, que durante muito tempo participou da Pastoral da Juventude do Meio Popular.  O arcebispo não escondeu a admiração por Mansan na condução do Programa.  “Enquanto Arquidiocese, somos uma Igreja comprometida com os mais necessitados, levantando sempre essa bandeira de apoio aos movimentos de promoção humana”, continuou dom Fernando.

A concluinte Cristiane Martins de Souza Ventura, que mora no Ibura, expressou a alegria em receber o certificado e poder, a partir de agora, ajudar sua comunidade no combate à pandemia. “Esse curso vai mudar muita coisa porque saúde é essencial para todos”, disse. “O Programa Mãos Solidárias nos ajudou a transformar o lixo em um jardim, depois implantamos uma Farmácia Viva (horta de plantas medicinais), fizemos oficinas de cuidados para as mulheres, agora concluímos esse curso tão importante, mostrando que o Mãos Solidárias veio para unir a comunidade, tornando as pessoas mais fortes e felizes”, comentou.

O curso de formação de Agentes Populares de Saúde foi ministrado em 3 módulos, de julho a novembro de 2020, com carga horária total de 20 horas, com o objetivo de criar protagonistas para ajudar as comunidades no enfrentamento da pandemia de Covid-19.  Os 25 agentes receberam os certificados das mãos dos integrantes da mesa diretora. O momento, de confraternização, foi registrado em fotos e vídeos. Os demais concluintes receberão seus certificados em outro momento.

“Esta é uma casa onde há 75 anos se trabalha para sistematizar conhecimento e produzir ciência, por isso precisamos defendê-la enquanto parte estratégica de um projeto de país soberano”, disse o reitor Alfredo Gomes. “No processo que aqui estamos vivendo, por meio dessa certificação, existe uma tecnologia social que precisa ser aprendida e estudada, porque não é fácil organizar o povo, fazer formações, levar comida, discutir e criar processos de conscientização para transformação das pessoas. Por isso, parabéns a todos os agentes populares de saúde, que vão trabalhar no enfrentamento de uma crise pandêmica para tornar o nosso país melhor”, concluiu o reitor.

Pascom AOR