O dia 1º de novembro é dedicado a Todos os Santos, mas quando a data cai em dia de semana, a Igreja celebra no domingo seguinte. Por isso, neste domingo (07/11), os fiéis católicos foram à missa e acompanharam a liturgia de Todos os Santos, refletindo o Evangelho das Bem-Aventuranças: uma descrição do caráter dos santos e do próprio Jesus Cristo.

Para celebrar este dia, algumas paróquias promoveram a participação das crianças caracterizadas de alguns santos, como na Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, na Madalena. O pároco, padre Rivadávio Barros, fez o convite no domingo anterior, orientando os pais a passarem a semana falando sobre os santos com seus filhos e chamandos-os a serem “Amiguinhos de Jesus”, envolvendo-os no mistério da santidade.

“Todos nós, católicos, sabemos da importância da intercessão dos santos em nossas vidas, de como eles nos ajudam a nos aproximarmos do Pai”, disse o padre Riva, como é chamado pelos paroquianos. “Esse pequeno detalhe de trazer as crianças vestidas como o santo de devoção da família deu grande alegria para nosso coração porque mostrou que as crianças, desde pequenas, estão sendo evangelizadas, conhecendo nossos santos, nossa Igreja e participando da vida em comunidade”. As crianças maiores, que estão se preparando para a Primeira Comunhão, também se vestiram de santos para mostrar a sua fé e seu compromisso de crescer com a Igreja.

Para as pessoas que foram participar da missa no domingo pela manhã na Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, ver tantas crianças com roupinhas de santos foi encantador. Os sorrisos sob as máscaras contra a Covid transpareciam nos olhos dos fiéis. Os aplausos externaram a alegria de acolher os pequeninos – e seus pais – que abraçaram a ideia lançada no domingo anterior.

Os pais concordaram e apoiaram a ideia da paróquia, se contrapondo ao Halloween, tão divulgado na mídia. “Acompanhei um podcast falando sobre o Halloween, se deveríamos fantasiar ou não as crianças, e resolvi atender o convite dos ‘Amiguinhos de Jesus’, que achei muito interessante”, contou Alexandra Padilha, mãe de Tomás, de um ano e cinco meses, que foi vestido de anjinho para a celebração. “Como mãe, acho fundamental esse tipo de ação para a criação dos nossos pequenos, porque no mundo de hoje há tanta maldade, tantas coisas negativas para todos nós, e esse momento de esperança, por mais simples que fosse, foi singelo, muito bonito”, completou. “São memórias que a gente guarda e vão formar o caráter dele com uma base sólida, orientando, e isso vai dar bons frutos: que ele ensine também aos filhos dele”!

“Eu fiquei emocionada”, comentou Maria Helena, mãe de Isabel. “Quando, em casa, a gente estimula nossos filhos a irem à missa, a participarem das atividades, a comprarem roupinha de festa da padroeira, eles percebem que tem uma coisa maior do que somente ir para a igreja-construção, mas tem algo que envolve, um amor maior que eles vão levar para a escola, os amiguinhos, para o mundo. Quando eles forem adultos, estiverem na faculdade ou em qualquer situação da vida, já terão o discernimento do que é ser católico, e vai ser muito difícil tirar deles essa fé”.

Padre Riva: “Esses pequeninos nos deram hoje grande alegria!”

A proposta da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios não é novidade. No Brasil e no mundo, ver crianças vestidas de Santo Antônio, Nossa Senhora, Santa Teresinha e até de Papa João Paulo II encanta os fiéis onde quer que estejam. Mas a caracterização ainda não é comum no Brasil como em alguns países da Europa, por exemplo. Mais que um “desfile de fantasias”, a prática é uma proposta catequética de aproximação com a santidade, esperada por Deus de cada filho seu batizado. O Papa Francisco diz que cada condição de vida leva à santidade. “Sê santo tornando-te sinal visível do amor de Deus e da sua presença ao nosso lado. Em casa, na rua, no trabalho, na igreja, naquele momento e na tua condição de vida foi aberto o caminho rumo à santidade”. De fato, os santos foram sinal de fé em Deus e sinal de amor por onde passaram, exemplo para os cristãos.

Catequista na Paróquia dos Remédios, Roberta Katarina percebeu que a pandemia afastou as crianças das atividades da igreja e, por isso, apoiou a iniciativa deste domingo. “É importante que as crianças acompanhem os pais e vivenciem a missa, conheçam Deus, saibam o que é a Santa Eucaristia, porque o mundo está aí ensinando muitas coisas erradas e nosso papel como pais e catequistas é trazer essas crianças para Deus”, afirmou.

Um registro após a missa!

O pequeno Rafael, de um ano e meio, foi um dos protagonistas deste domingo. A fala de sua mãe, Ana Paula, resume a alegria de educar os filhos para Deus. “Participar desse momento na paróquia foi muito importante pra mim como mãe, sabendo que estou ensinando a meu filho, desde cedo, o caminho da santidade. Ele vestido de anjo é muito simbólico pra nós, que demos esse nome pra ele, o de São Rafael. Então foi um momento de grande emoção saber que ele está caminhando o caminho de Deus rumo ao céu, que é o lugar de todos nós”, disse Ana Paula.

Pascom AOR

Rafael, de um ano e meio, nos braços da mãe Ana Paula.