Depois de dois anos de pandemia, o retiro anual do clero da Arquidiocese de Olinda e Recife volta a ser presencial, com bispos, padres e diáconos divididos em três turmas. O convento carmelita de Camocim de São Félix, a 120 km da capital pernambucana, recebe já pela quarta vez esse momento tão importante para os ministérios ordenados: uma parada no dia-a-dia para pensar nos propósitos da missão, revigorar a fé e descansar um pouco corpo e alma para melhor servir à Igreja.

Três turmas se revezam para participar da programação que inclui palestras, orações e celebrações eucarísticas. De 7 a 10 de março, o moderador da Cúria e bispo emérito de Vitória da Conquista (BA), dom Luís Pepeu, participou da primeira turma a fazer o retiro. O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, participa de 14 a 17 de março. O bispo auxiliar, dom Limacêdo Antonio, faz o retiro de 21 a 24 de março.

Como parte da programação, a liturgia das horas é rezada em conjunto na capela do convento, com momentos de adoração a Jesus na Eucaristia. Nem todas as atividades, no entanto, são comuns: muitos dos que participaram do retiro fazem, no claustro do convento, nos longos corredores ou em seus quartos, os períodos de deserto para meditação e entrega mais íntima e profunda à oração. “O retiro é fundamental para que alimentemos nossos corações com amor e sabedoria, ouvindo com atenção o que o Senhor nos diz aqui, nestes dias”, comentou dom Fernando Saburido. “Esperamos que o retiro dê bons frutos para nossa missão, nos faça ministros ordenados melhores e mais comprometidos, e que tudo isso possa refletir positivamente em nosso trabalho, colaborando para o crescimento pastoral de nossas paróquias e comunidades”, completou o arcebispo.

O bispo emérito de Palmares, dom Genival Saraiva de França, é o pregador do retiro. Deixa suas atividades ordinárias para comparecer, nas três turmas, como guia das reflexões a serem feitas pelo clero. Dom Genival traz como tema de suas palestras as palavras de Jesus Cristo: “Vinde a mim, permanecei no meu amor, ide e fazei discípulos”. O bispo diz que é preciso refletir o tema trazendo na mente situações como as perdas da pandemia, a guerra na Ucrânia e o trabalho pelo Congresso Eucarístico Nacional, que vai acontecer na Arquidiocese de Olinda e Recife em novembro deste ano. “Estamos nos vendo na perspectiva do discipulado, que é um fenômeno histórico, mas que tem essa dimensão de corresponsabilidade nesse anúncio do Reino de Deus, nessa igreja particular de Olinda e Recife”, disse o bispo. “Vamos sempre em frente. O retiro anual é uma realimentação, visando esse fortalecimento de nossa história, de nossa vida, de nossa caminhada para que, na honestidade de nós mesmos, reconhecendo como somos, sobretudo nos coloquemos com muita esperança diante dos apelos de Deus”, concluiu.

Pascom AOR