A Catedral Metropolitana, em Olinda, foi cenário, no final da tarde de ontem (07/05), de um encontro histórico: o arcebispo dom Fernando Saburido recebeu o clero das dioceses de Garanhuns, Nazaré e Pesqueira para a celebração do jubileu centenário dessas três igrejas particulares nascidas do desmembramento da Arquidiocese de Olinda e Recife, em 1918. Dom Fernando faz a acolhida aos bispos dom Paulo Jackson, de Garanhuns, dom Francisco Lucena, de Nazaré e dom José Luis Salles, de Pesqueira, dizendo da satisfação em partilhar o momento com as dioceses filhas na catedral.
No primeiro momento do encontro, o coro do Instituto Dom da Paz apresentou três peças para o clero e os fiéis presentes, com participação do coordenador do Instituto, José Carlos, no violino, e da maestrina Geovânea Lopes. Também o Quarteto Encore se apresentou na Catedral, encerrando o momento de abertura do evento.
Três palestras enriqueceram o jubileu na Catedral. A primeira palestrante foi a professora e doutora em Direito, membro do Conselho Econômico da Arquidiocese, presidente da Academia Pernambucana de Letras, Margarida Cantarelli. A magistrada fez uma análise do momento histórico do Brasil quando da criação das dioceses de Garanhuns, Nazaré e Pesqueira, em 1918, narrando fatos ocorridos com incidência políticas e jurídicas no país. Dra. Margarida lembrou a importância das dioceses centenárias para a educação, especialmente a feminina, com a criação de escolas confessionais quando não se ofereciam tantas oportunidades às mulheres.
O pesquisador e filósofo Roberto Mota, professor doutor em Antropologia, relacionou a criação das dioceses – hoje centenárias – à reação da Igreja às pressões do Estado à época, aproximando a Igreja do povo.
Em sua exposição, o doutor em História Newton Darwin de Andrade Cabral registrou a iniciativa da diocese de Nazaré de inaugurar um museu do Centenário. “O zelo pela história é louvável”, disse.
Após as palestras, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, entregou aos bispos dom Paulo Jackson, dom Francisco Lucena e dom José Luis Salles uma cópia da Bula Papal que criou as dioceses de Garanhuns, Nazaré e Pesqueira.
Como ápice das comemorações pelos 100 anos de criação das três dioceses, foi celebrada a Eucaristia, com presidência de dom Fernando Saburido. Os bispos das dioceses convidadas foram concelebrantes, ao lado de bispos eméritos e do clero presente. Dom Fernando fez uma homilia emocionada, pedindo bênçãos para o clero das dioceses centenárias por intercessão dos que na Catedral foram sepultados: Helder, Henrique e Lamartine. Recordou que, como eles, cabe ao clero obedecer ao apelo de Jesus, com coragem e profetismo. “A vivência da fé é um desafio pastoral que exige, de cada um, novas posturas de fraternidade e solidariedade em vista dos pequeninos do Reino”, disse o arcebispo. “Como enfatizamos neste Ano do Laicato, os leigos são os olhos, ouvidos, mãos, boca e coração de Cristo no mundo, por isso devem inserir-se na ação evangelizadora que resgata tantos batizados que abandonaram a Igreja, unindo-se aos consagrados para colaborarem com abertura e sensibilidade no enfrentamento aos desafios que se apresentam”, concluiu.
Ao final da celebração, o bispo de Pesqueira, dom José Luís Salles, agradeceu a acolhida da igreja de Olinda e Recife, como verdadeira mãe das dioceses centenárias.
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(Pascom AOR)