A Solenidade de São Pedro Apóstolo, que é considerado uma das duas colunas da Igreja Primitiva, fortalece a devoção ao santo padroeiro dos pescadores no território da Arquidiocese de Olinda e Recife.  Aquele que é o alicerce sobre o qual estas colunas se levantaram e o fundamento de todo o Edifício, a Igreja, o Corpo de Cristo. Fazer memória a São Pedro evidencia que a fé cristã não é algo individual, mas é um dom concedido por Deus para edificar a sua Igreja, a comunidade dos filhos e filhas de Deus chamados à vida plena. Os apóstolos, primeiras testemunhas da fé, ocupam lugar privilegiado no edifício cujas bases foram edificadas pelo seu testemunho e ensinamento. No alicerce de tudo está a adesão a Cristo, a fé-dom que se torna fé-resposta. No próximo sábado, dia 29/06, às 8h, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, preside celebração campal em frente à Colônia dos Pescadores Z-1, em Brasília Teimosa, zona sul de Recife. Às 14h, o bispo auxiliar dom Limacêdo Antonio abençoará o andor do padroeiro na festa em Brasília Teimosa, que será levado pelos pescadores na procissão terrestre e na procissão marítima. Os fiéis devotos podem participar de celebrações em honra a São Pedro, ao longo do dia, no centro do Recife, em Gaibú, município do Cabo de Santo Agostinho e no Janga, Paulista. No território da Arquidiocese, a igreja mais antiga dedicada a São Pedro é a concatedral de São Pedro dos Clerigos, no Pátio de São Pedro e a paróquia mais recentemente criada é a de Gaibu, erigida em 02/10/2018.

Pedro também era chamado na Bíblia de Cefas, Simeão e Simão. O Apóstolo Pedro era natural de Betsaida, na época uma aldeia de pescadores, não muito distante de Cafarnaum e que ficava na região costeira do mar da Galileia (Jo 1:44), era casado tendo sido sua sogra curada por Jesus. Pedro se manteve sempre perto de Jesus. Dono de uma personalidade forte, ele mostra uma grande fidelidade, firmeza na fé e amor para com o Mestre, cheio de zelo e entusiasmo, embora muitas vezes se deixe influenciar por fatores externos e se mostre fraco diante das dificuldades. Em várias ocasiões é Pedro quem fala em nome dos Apóstolos. Quando as palavras de Cristo são dirigidas a todos, Pedro responde em nome do grupo. Com a perseguição a Jesus, muitos discípulos O abandonaram. Jesus perguntou aos doze se eles também o abandonariam, a resposta de Pedro soa forte: “Senhor a quem iremos nós? Só Tu tens palavra de vida eterna”. Vale salientar que Pedro foi um dos três apóstolos (com Tiago e João) que estavam com Cristo em ocasiões especiais, como a cura da filha de Jairo, a Transfiguração, a agonia no Jardim do Getsêmani. Indagação do Mestre: Jesus entra no barco de Pedro, no Lago da Galileia, para pregar. Depois, pergunta aos doze: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Os apóstolos responderam: “Alguns dizem que é João Batista, outros que é Elias, e outros ainda que é Jeremias ou algum dos profetas”. Jesus disse-lhes: “E vós, quem dizeis que eu sou?”.  Simão disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Ao que Jesus afirmou: “Abençoado és tu, Simão, filho de Jonas! Pois isso não foi revelado a ti pela carne ou pelo sangue, mas pelo meu Pai que está nos céus. E eu te digo: que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus.” Depois de dizer que ele receberia as chaves do reino, Jesus disse: “O que ligares sobre a terra, será ligado nos céus; e o que desligares sobre a terra, será desligado nos céus.”

Apesar de sua fé firme em Jesus, Pedro ainda não compreendia o sofrimento e a missão de Jesus, por vezes Jesus o repreendeu. Pedro continuou com seu caráter forte, demonstrando grande fidelidade ao Mestre, porém com alternância com momentos de fraqueza e isso foi claramente revelado na narrativa da Paixão quando negou o Cristo por três vezes, o que lhe causou grande arrependimento.

Pedro sempre se destacava dos Apóstolos. Quando Jesus disse a Pedro: “Sobre Ti edificarei a minha Igreja”, Jesus o estava constituindo o primeiro Papa da Igreja. Encontrou-se com Paulo em Jerusalém e apoiou a iniciativa de levar a Boa Nova aos pagãos. Após esse encontro, Pedro foi preso pelas autoridades por pregar o Evangelho e encaminhado à Roma durante o reinado de Nero, onde passou a viver. Ali fundou e foi grande incentivador da comunidade cristã, base da Igreja Católica Romana e por isso foi torturado e martirizado. Pedro pediu para ser crucificado de cabeça para baixo por se achar indigno de morrer como Jesus. O corpo de Pedro está sepultado sob a Catedral de São Pedro, no Vaticano.

A resposta de Simão Pedro é direta: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Ainda que Simão Pedro não saiba exatamente o que estava dizendo (basta continuar o texto para comprovar isso: Mt 16,31-23), Jesus o declara bem-aventurado, mas ao mesmo tempo afirma que foi o Pai que está no céu quem revelou a Simão essa verdade de fé. A vocação dos discípulos é um dom que o Pai concedeu ao Filho, quando lhe pedira em oração (ver Mt 9,38), portanto não foi pura intuição humana (carne e sangue) que permitiu a Simão confessar tamanha fé. Por conseguinte, recebido o dom, cresce a responsabilidade: “Por isso eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”.  O jogo de palavras (Pedro-Pedra) só se permite no grego, pois há mudança de gênero, mas no aramaico a palavra é sempre a mesma (Kefas).

Ao usar essa metáfora, Jesus proclama que tanto a fé (Nele) como aquele que crê (Nele) são verdadeiramente “pedra”, isto é, têm fundamentos sólidos. Em Mt 7,24s Jesus já havia usado a metáfora da pedra para indicar o modo autêntico de viver do discípulo: “Aquele que ouve estas minhas palavras e as põe em prática será comparado a um homem sensato que edificou a sua casa sobre a rocha (kepha)”. Portanto, não pode haver dicotomia entre o crer e o crente. Pois o crente se define por aquilo que acredita, e a fé torna-se a sua identidade no mundo, assegurando-lhe a firmeza necessária para não se deixar sucumbir diante da tentação de abandonar a fé (ver Mt 7,13-23). 

 Confira as programações da festa de São Pedro:

29/06 (8h) – 62ª Festa de São Pedro (promovida pela colônia dos Pescadores Z-1, em Brasília Teimosa, Recife):

06h – Alvorada festiva

07h – Acolhida da imagem de Nossa Senhora do Carmo e momento mariano

8h – Missa Campal, presidida peloarcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido

14h – O bispo auxiliar, dom Limacêdo Antonio, abençoará os andores da procissão terrestre e fluvial, com as imagens de São Pedro, Nossa Senhora do Carmo e do Sagrado Coração de Jesus.

Endereço: Colônia dos Pescadores Z-1, rua Marechal Hermes, 01, Brasília Teimosa, Recife. Informações: (81)98786-0159

29/06 – Igreja São Pedro dos Clérigos, Concatedral da Arquidiocese (bairro São José, Recife):  Em todas as Missas haverá bênção das chaves das casas, dos veículos e dos locais de trabalho.

10h – Santa Missa presidida pelo padre Damião Silva (pároco de Santo Amaro, Jaboatão)

12h – Santa Missa presidia pelo bispo auxiliar da Arquidiocese, dom Limacêdo Antonio

15h – Santa Missa presidia pelo vigário geral da Arquidiocese, monsenhor Luciano Brito

18h – Santa Missa presidia pelo reitor da igreja São Pedro dos Clérigos, padre Rinaldo Pereira

Endereço: Pátio de São Pedro, S/N, bairro São José, Recife. Fone: (81) 3224-2954

29/06 – Comunidade São Pedro Pescador (capela Nossa Senhora da Conceição dos Médicos, que faz parte da paróquia de Nossa Senhora Aparecida, Janga/Paulista):                                                              

07h – Alvorada festiva

08h – Récita da Ladainha e Laudes;

16h30 – Procissão saindo da capela Nossa Senhora da Conceição dos Médicos;

17h30 – Missa solene

Endereço: Rua Olinda, 151, Janga, Paulista-PE.

29/06 – Comunidade e capela de Nossa Senhora da Rosa Mística na
Ilha do Maruim, Olinda (paróquia de São Pedro Mártir de Verona), junto com a Associação dos Pescadores da Ilha do Maruim (Aspim):

13h – Santa Missa na capela de Nossa Senhora da Rosa Mística. Após a celebração, sairá da capela a procissão até o barco onde será feita a buscada com a imagem de São Pedro no mar. A procissão termina na Associação dos Pescadores (Aspim).

29/06 – Paróquia São Pedro Apóstolo (Gaibú/Cabo de Santo Agostinho)

6h – Repicar do sino;

10h- Missa solene presidida pelo vigário geral da Arquidiocese de Olinda e Recife, monsenhor Luciano Brito, na matriz

15h30 – Missa festiva presidida pelo vigário episcopal do Vicariato Cabo, monsenhor Josivaldo Bezerra. Após a celebração Eucarística acontece procissão pelas ruas da comunidade.
Endereço: Rua Laurentino Gomes, 37, Lot. Praia de Gaibu, Cabo de Santo Agostinho – PE
Fone: (81) 3512-0912

29/06 – Capela dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (paróquia de São Lucas, Ouro Preto):

19h30 – Missa vespertina da vigília dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo

30/06 (16h) – Procissão saindo da matriz de São Lucas, em direção à capela
dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e Missa da solenidade de São Pedro e São Paulo – Dia do Papa.

Endereço: Rua Jenipapo, 45, Quadra A-13, Ouro Preto, Olinda.

(Arquidiocese de Olinda e Recife e fonte: site Dehonianos – Dom André Félix Vital, bispo de Limoeiro do Norte/CE)