O Convento de São Francisco, em Olinda, sediou um encontro de formação sobre Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso promovido pelo Regional Nordeste 2 da CNBB (CNBB NE2). Padres, seminaristas e leigos das (arqui)dioceses dos estados que compõem o Regional (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas) reuniram-se, de 18 a 20 de março, para aprofundar o assunto que, por muitas vezes, é cercado de preconceitos.

O anfitrião do encontro foi o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, que é também bispo referencial para o assunto na CNBB NE2. “A pandemia nos obrigou a adiar o encontro por duas vezes, mas recebo os participantes agora com muita alegria, por saber da importância do tema”, comentou dom Fernando. O arcebispo fez a conferência de abertura do evento, lembrando como a Igreja tratou o assunto ao longo dos anos e quais as palavras do Papa Francisco sobre o respeito às diferenças. “De fato, a partir do Concílio Vaticano II muito se avançou nessa área, mas precisamos promover ainda mais a fraternidade com os outros irmãos”, disse o arcebispo.

Coordenada pelo padre Fábio Santos, presidente da Comissão Arquidiocesana para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso, a programação foi composta de palestras, debates e celebrações. A palestra “Grandes religiões e diversidade no Nordeste” foi ministrada pelo professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Gilbraz Aragão; a palestra “Introdução ao Ecumenismo e o Diálogo Inter-religoso” foi ministrada pelo monge beneditino e fundador do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos, dom Marcelo Barros. Uma celebração inter-religiosa foi realizada com a participação de religiosos cristãos, budistas e de matriz africana.

Dentre os objetivos do evento, estão os de multiplicar a formação nas (arqui)dioceses do Regional e fomentar o discurso fraterno para o fim da intolerância religiosa que ofende a fé e machuca pessoas mundo afora.

O tema da formação, que assusta alguns, encanta outros. Ana Neide de Barros é do Conselho Diocesano de Leigos da diocese de Salgueiro e trouxe a experiência vivida em família como testemunho que atesta: a fraternidade ecumênica e inter-religiosa é possível e faz bem. “O fato de nossa família ter pessoas de religiões diferentes nunca foi um problema”, disse Ana Neide. “Por trás de toda conversa, havia respeito, e nossas diferenças nunca foram motivo de afastamento ou briga, porque o amor faz respeitar o outro”, concluiu.

Nos próximos dias, dom Fernando Saburido deve assinar e divulgar documento para as províncias eclesiásticas do Regional, com diretrizes e propostas elaboradas em comissão, fazendo crescer adesão e formação do clero e do laicato para a fraternidade entre as religiões.  

Pascom AOR