A Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Olinda e Recife encerrou o mês mariano com celebração eucarística na Penitenciária Feminina de Abreu e Lima. A unidade é conhecida como Cotela – uma adaptação para a abreviatura do Centro de Observação e Triagem Everardo Luna, o Cotel,

unidade prisional masculina localizada no mesmo bairro.  Na tarde do dia 30 de maio, cerca de cem mulheres participaram da missa presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, que foi concelebrada pelo padre Antônio Gomes, pároco de São João Bosco, do bairro de Caetés. A Cotela é uma das doze unidades prisionais que estão no território da Arquidiocese. Dentro dos altos muros vivem 388 mulheres, que estão cumprindo sentença ou aguardando julgamento, privadas da convivência de suas famílias e necessitadas de olhar fraterno.

Em sua homilia, DFS lembrou às detentas que era um privilégio estar reunido com elas, em nome de Jesus, dispostos a meditar a Palavra de Deus e ser fraternos. “Jesus não fez distinção de pessoas e nos ama como somos: ele nos quer assim mesmo e nos faz a proposta de trocar o homem velho por um homem novo, de transformar nosso coração de pedra em coração de carne, receptivo a seu amor”, disse o arcebispo.

Com atenção, as mulheres ouviram dom Fernando falar sobre a importância do acolhimento à Pastoral Carcerária. “A Igreja é formada por santos e pecadores, que devem conviver como irmãos. O Evangelho nos ensina o caminho do diálogo e do amor fraterno. Por isso estamos aqui, enquanto Pastoral Carcerária, para oferecer o amor de Deus e nosso apoio, para que vocês possam, em breve e de fato, retomar sua caminhada junto às suas famílias”, afirmou. Com voz mansa, o arcebispo falou do perdão de Deus, que é dado a quem verdadeiramente se arrepende dos pecados. E citou o exemplo dos dois ladrões que foram crucificados ao lado de Jesus. “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso” é promessa de Jesus a quem o busca com verdade. “A Palavra de Deus é luz e força para nossas vidas; sem Ele, não podemos acertar”, disse o arcebispo. “A Igreja quer que façamos a experiência da mudança, da conversão, especialmente neste tempo da Páscoa que estamos vivendo”, completou.

A coroação de Nossa Senhora foi encenada pelas detentas e a simplicidade do momento emocionou os presentes. Dentre os convidados estavam a diretora da Cotela, Rita de Cássia Souto; a Juíza da 1ª Vara de Execuções Penais, Orleide Rosélia de Nascimento Silva; e a diretora da Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, Elisângela Santana.

Para a gestora Rita de Cássia, a presença de dom Fernando vem aliviar as angústias das detentas com a força da fé e da paz que ele transmite. “Elas erraram em algum momento de suas vidas e precisam ouvir palavras de conforto e esperança em dias melhores, comentou.

Maria José da Silva, de 40 anos, nasceu em Moreno e está presa há seis anos. “É uma maravilha quando dom Fernando vem celebrar aqui na Cotela, porque o ar fica mais leve, ele fala muito bem”, comentou. “Acho Importante o trabalho da Pastoral Carcerária porque nos traz a Palavra de Deus, dá alegria e nos ajuda a fazer artesanato, preenchendo nosso tempo com coisas boas e positivas”, completou a detenta.

Pascom AOR