
A tradição de subir o morro no dia 8 de dezembro foi quebrada para poucos. Muita gente insistiu e foi até o Santuário de Nossa Senhora da Conceição para homenagear a santa em seu dia. Apesar de a santa não ser a padroeira do Recife, a festa da Imaculada Conceição é uma das maiores da cidade e reúne gente de todo o estado.

Para chegar até lá, não importa a inclinação da ladeira, a quantidade de degraus ou a distância do morro. Todo esforço vale a pena para estar aos pés do monumento vindo da França há mais de cem anos: uma imagem da Imaculada com 5,5 metros de altura, que parece olhar piedosamente para os fiéis. Como o acesso à imagem estava controlado para evitar aglomeração, as pessoas precisaram enfrentar filas para pagar promessas, participar das missas, fazer suas orações ou, simplesmente, ir ao morro para agradecer.

Depois de um novenário festivo com participação de fiéis de diversas paróquias, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, presidiu a missa de encerramento na noite da festa. Em sua homilia, dom Fernando comentou que o Brasil inteiro admira o fervor do povo nordestino, fiel e sofrido, que encontra em Maria, o amor de mãe. “Confiemos em sua intercessão para o fim desse momento difícil na humanidade, pois para seu Filho nada é impossível”, disse. “Essa pandemia vai passar”, completou. A missa de encerramento foi concelebrada pelo padre André Ricardo, superior provincial da Província Redentorista de Goiás, e pelo padre Luiz Vieira Gomes, superior vice-provincial da Vice-Província Redentorista do Recife e reitor e pároco do Santuário Nossa Senhora da Conceição do Morro.

Exemplo da disposição de participar da festa foi a chegada de um grupo que veio da Fazenda da Esperança Padre Henrique, de Muribequinha, em Jaboatão dos Guararapes: o padre Deonilson caminhou 21 quilômetros com os acolhidos Fábio Henrique e Reginaldo Fernandes, acompanhados dos seminaristas André e Jadson. “A imaculada Conceição está conosco e nos fez caminhar para estar aqui neste dia e render louvores a ela por tantas graças que nos concedeu durante este ano”, disse Jadson, que é seminarista de Afogados da Ingazeira.

Este ano, fazendo alusão ao Congresso Eucarístico que será realizado em 2022, como também ao período da pandemia que o mundo enfrenta, a festa teve como tema “Maria, Modelo Eucarístico e Mãe da Esperança”. Nem as dificuldades da pandemia diminuíram a beleza do evento, que acontece há 116 anos. Não houve missa campal (para que a quantidade de pessoas pudesse ser controlada), mas o santuário estava cheio, com distanciamentos respeitados, em todas as missas – 0h, 2h, 4h, 6h, 9h, 12h, 14h e 16h. No intervalo das celebrações, piso, bancos e cadeiras foram higienizados para que outras pessoas pudessem entrar.
Em todas as missas, o hino da festa deste ano foi cantado com fervor. “Maria, modelo eucarístico, ensina-nos a caminhar. Mostra ao Morro, ó mãe da esperança, que ao Cristo devemos adorar”.
Pascom AOR










