Fiéis da Arquidiocese de Olinda e Recife foram até a Catedral Metropolitana, em Olinda, nesta quinta-feira (27/08) à noite. Usando máscaras e mantendo distanciamento, participaram da celebração eucarística que lembrou os 21 anos de Dom Helder Câmara na Casa do Pai. Dom Fernando Saburido presidiu a missa, que foi concelebrada pelo auxiliar, dom Limacêdo Antônio, por vigários episcopais e outros sacerdotes da Arquidiocese. A celebração foi transmitida pelas redes sociais da Arquidiocese e pela Rádio Olinda (FM 105.3).

Dom Fernando acolheu os vários grupos, movimentos e admiradores de dom Helder presentes, convidando a todos para “render graças a Deus pela vida, pelo ministério e por tudo aquilo que nosso querido irmão dom Helder realizou em nosso meio”. O arcebispo lembrou as pessoas de dom Luciano Mendes de Almeida e dom José Maria Pires, que morreram também no dia 27 de agosto, mas em anos diferentes (2006 e 2017, respectivamente).

Ícone de justiça social, dom Helder foi arcebispo de Olinda e Recife de 1964 a 1985. É Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos desde 2017 e foi declarado Patrono dos Direitos Humanos de Pernambuco no último dia 10 de agosto pelos parlamentares da Assembleia Legislativa do estado.

Na missa, dom Fernando fez uma homilia serena, de quem conheceu dom Helder, hoje Servo de Deus, pois há no Vaticano processo para sua beatificação e canonização. Lembrou que dom Helder tinha grande amor à Igreja e total fidelidade ao Papa, a quem costumava chamar, independentemente de quem fosse, de “Pedro de hoje”, sempre obediente ao declarar, por diversas ocasiões, “com Pedro tudo, sem Pedro nada”. E levou os fiéis a uma reflexão: “Perguntemo-nos se estamos amando a Igreja, se estamos sendo fiéis à Igreja, como ele o foi”, disse o arcebispo.

Dom Fernando concluiu a homilia convidando os fiéis a rezarem pelo processo de beatificação e canonização dom Helder, para que caminhe a passos largos. “Que possamos ver reconhecidas as virtudes heroicas do ‘irmão dos pobres’, como, amavelmente, o chamou o Papa João Paulo II, em Recife”, afirmou.

Como vem acontecendo nos últimos anos, a missa foi encerrada diante do túmulo de dom Helder, em um dos nichos localizados na entrada da catedral. Foi o bispo auxiliar, dom Limacêdo Antônio, quem rezou a oração por sua beatificação e canonização. O postulador local da causa da santidade de dom Helder, frei Jociel Gomes, atualizou o andamento do processo: a causa, que está na fase romana, está sendo conduzida e acompanhada pelo postulador da congregação capuchinha, frei Carlos Calloni. O próximo passo será enviar a Roma todos os escritos (publicados e não publicados) de dom Helder e aguardar que seja emitido decreto de validade jurídica da documentação enviada para a Santa Sé. Dom Fernando, que foi ordenado sacerdote pelas mãos de dom Helder, deu a bênção final aos fiéis.

Pascom AOR