No dia em que a Igreja celebra a Paixão do Senhor, fiéis da Arquidiocese de Olinda e Recife participaram, em clima de piedade e respeito, dos ritos litúrgicos desta sexta-feira (19/04) na Igreja da Sé, em Olinda. Exatamente às 15h, quando Jesus expira e morre conforme narra o Evangelho, os mais de mil fiéis presentes na Catedral do Santíssimo Salvador iniciaram uma série de orações junto com a Igreja do mundo inteiro: pela Santa Igreja, pelo Papa, pelos judeus, pelos catecúmenos, pela unidade dos cristãos, pelos que não creem no Cristo, por todas as categorias e ordem de fiéis, pelos que não creem em Deus, pelos poderes públicos e por todos os que sofrem provações.

Conhecida como Exaltação da Santa Cruz, do Lenho Sagrado ou do Santo Madeiro, a celebração foi marcada pelas leituras que traduziram os últimos momentos de Jesus em direção à sua morte de cruz. O rito litúrgico remetia ao despojamento: o altar sem toalha e decoração, a entrada da cruz coberta por um pano, o beijo do clero descalço no Cristo crucificado. Seguindo o rito litúrgico, não houve consagração das hóstias – elas haviam sido consagrados na quinta-feira santa (última ceia) e guardadas para a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo na sexta-feira.

Apesar da dor pelo flagelo e morte de Jesus, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, explica que a sexta-feira santa é uma lição de esperança no Senhor. “Ficamos tristes por todo sofrimento colocado sobre Jesus, mas precisamos entender que está aí a essência de sua vinda: a obediência a Deus e o amor que tudo suporta para o perdão e a salvação dos homens, de forma que precisamos enxergar a dor na certeza e na esperança da misericórdia e do amor de Deus, que se traduz na Ressurreição”, disse o arcebispo na homilia.

Após a comunhão, os fiéis formaram fila para beijar o Cristo na Cruz, com reverência e compaixão. Às 16h30, com participação do arcebispo, a Procissão do Senhor Morto saiu da Catedral de Olinda, com a imagem do Senhor Morto seguindo à frente, acompanhada pelas imagens de Nossa Senhora das Dores, de São João Apóstolo e de Santa Maria Madalena. Os quatro andores atravessaram a praça do Alto da Sé em direção à Rua do Amparo, passando pela Rua 13 de Maio, Rua de São Bento, Rua 27 de Janeiro, Liberdade e Rua de São Francisco, até chegar ao Convento de São Francisco. A tradição lembra o momento em que, após retirado da cruz, o corpo de Jesus Cristo é levado para o sepulcro.

Pascom AOR