Acolhendo a solicitação do arcebispo de Fortaleza, dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, de poder contar com a colaboração de dois bispos auxiliares, o papa Francisco nomeou na manhã desta quarta-feira, 11, como bispo titular de “Castabala” e auxiliar de Fortaleza, o padre Valdemir Vicente Andrade dos Santos, atualmente vigário geral e pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju (SE). Na sequência, nomeou o padre Julio César Souza de Jesus, como bispo titular de “Arba” e auxiliar de Fortaleza, atualmente pároco da Paróquia Menino Jesus de Praga, em Teresina (PI). A notícia foi publicada no Jornal “L’Osservatore Romano”, às 12 horas de Roma. Padre Júlio Cesar Souza de Jesus é incardinado na Arquidiocese de Teresina no Piauí e Padre Valdemir Vicente Andrade Santos é incardinado na Arquidiocese de Aracaju em Sergipe.
Padre Valdemir (na foto à esquerda)
Nascido em Aracaju (SE), padre Valdemir tem 45 anos. Cursou Filosofia no Seminário Nossa Senhora da Conceição, em Sergipe e em Roma estudou Teologia. Também fez especialização em Eclesiologia, em Roma. Foi ordenado sacerdote em agosto de 2001. Além de pároco em várias localidades do Estado de Sergipe, atuou como reitor do Seminário Sagrado Coração de Jesus no Bairro Industrial; diretor espiritual no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição; chanceler da Cúria de Aracaju; notário nos processos das matérias reservadas à Santa Sé; membro do conselho presbiteral e Colégio de Consultores, entre outras funções. O Rev.do Valdemir Vicente Andrade Santos nasceu em 05 de janeiro de 1973 a Aracajú, em Sergipe. Atualmente é vigário geral e pároco da “Nossa Senhora de Lourdes” em Aracaju.
Padre Julio César Souza de Jesus (na foto à direita)
Com 47 anos, padre Julio César é natural de Goiânia (GO). É bacharel em Filosofia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú e cursou Filosofia e Teologia no Seminário Maior Sagrado Coração de Jesus. Possui mestrado em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Em sua atuação pastoral já atuou como vigário paroquial em diferentes paróquias de Teresina (PI). Foi administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Vitória, em Teresina. Também exerceu os ofícios de vice-reitor do Seminário de Filosofia Dom Edilberto Dinkelbor, em Teresina e professor de Filosofia e Direito Canônico, na Universidade Federal do Piauí (UFPI). Ademais já lecionou Teologia Dogmática e História da Igreja, no Icespi, em Teresina. Por último, exerceu as funções de Diretor Espiritual da Escola Diaconal São Francisco de Assis, em Teresina e Diretor Espiritual da Ordem do Carmelo, em Teresina, entre outras funções. Foi ordenado sacerdote em 27 de junho de 1998 para a Arquidiocese de Teresina e atualmente é pároco na paróquia Menino Jesus de Praga em Teresina, professor do Seminário Maior, Diretor Espiritual e professor da Escola Diaconal.
História da Arquidiocese de Fortaleza
A diocese do Ceará foi criada em 1853 por um decreto do Imperador Dom Pedro II. No ano seguinte, em 6 de junho de 1854, o papa Pio IX expediu a Bula Pro animarum salute, criando a Diocese nos trâmites da Igreja. As dioceses só podiam ser criadas pelo papa após o decreto imperial. A bula papal só foi oficializada em 1860, depois de sete anos de briga entre Vaticano e o Estado brasileiro. Desmembrada de Olinda, a Diocese era quase todo o território da Província do Ceará.
Civilmente, o Ceará já se havia emancipado da Província de Pernambuco desde 1799. Eclesiasticamente, até 1854, era apenas Vigararia Forânea da Diocese de Olinda. O território da nova Diocese era quase o mesmo do atual Estado do Ceará. Faltavam apenas as paróquias de Crateús e Independência, ligadas a São Luis do Maranhão.
A população da Diocese, neste tempo, calculava-se em 650.000 habitantes. A população era quase totalmente católica, pois o recenseamento de 1888 registra apenas cento e cinqüenta protestantes e uma dúzia de judeus. A cidade de Fortaleza constava de cerca de 9.000 habitantes.
Nessa época havia na Diocese 34 paróquias e um curato. O número de igrejas era de 78 e o de capelas 11, em toda a província do Ceará.
Antes de ser diocese, o Bispo de Olinda (e antes dele o da Bahia) nomeava Visitadores Eclesiásticos para a Vigararia do Ceará. O primeiro desses visitadores foi Frei Félix Machado Freire (1735) e último foi Padre Antonio Pinto de Mendonça (1844 a 1881).
O primeiro bispo da Diocese foi Dom Luis Antonio dos Santos.
A Diocese do Ceará, com a criação das Dioceses de Crato e Sobral, foi elevada a Arquidiocese de Fortaleza, em 10 de novembro de 1915, pela Bula “Catholicae Religionis Bonum”do Papa Bento XV. Em 1939, deu-se criação da Diocese de Limoeiro do Norte; em 1960, criação da Diocese de Iguatu e em 1963 foi criada da Diocese de Crateús e em 1971 as Diocese de Itapipoca, Quixadá e Tianguá.
A Arquidiocese de Fortaleza terminou o ano de 2010 com 104 paróquias e 12 áreas pastorais, sendo 57 paróquias e 8 áreas pastorais no município de Fortaleza (4 Regiões Episcopais), e 47 paróquias e 5 áreas pastorais distribuídas em outros 30 municípios (5 Regiões Episcopais), em um raio de cerca de 100 Km no entorno de Fortaleza.
Datas importantes
- 1607 – Chegada dos primeiros missionários jesuítas. Padre Francisco Pinto e padre Luís Figueira.
- 1608 – Fundação do primeiro aldeamento missionário da Ibiapaba – Aldeia de São Lourenço e martírio do padre Francisco Pinto.
- 1611 – Chegada do padre Baltazar João Correia junto com a expedição de Martim Soares Moreno.
- 1649 – Estabelecimento de uma missão protestante, aos cuidados do pastor inglês Tomás Kemp durante a segunda tentativa de ocupação holandesa.
- 1654 – Martírio do pastor Tomás Kemp na revolta indígena que sucedeu a expulsão da Companhia das Índias Ocidentais do Recife.
- 1656 – Os jesuítas Pedro Pedrosa e Antonio Ribeiro retomam a evangelização dos índios do Ceará.
- 1660 – O padre Antônio Vieira visita pessoalmente a Ibiapaba.
- 1758 – A Companhia de Jesus é expulsa do Brasil por ordem do Marquês de Pombal. As aldeias jesuítas do Ceará, entre elas os atuais bairros de Parangaba, Messejana, e as cidades de Caucaia, Viçosa, Baturité entre outras, passam à categoria de Vilas Reais.
- 1853 – Lei Geral nº 693 autoriza o governo imperial a solicitar da Santa Sé a criação do bispado do Ceará, desmembrado do bispado de Olinda.
- 1859 – O padre Luís Antônio dos Santos é nomeado primeiro bispo do Ceará.
- 1861 – Instalação do bispado e posse do primeiro bispo.
- 1864 – Fundação do Seminário da Prainha.
- 1870 – A Igreja do Ceará participa, pela primeira vez, de um Concílio Ecumênico, na pessoa de dom Luís Antonio dos Santos (Concílio Vaticano I)
- 1881 – Chegada do missionário presbiteriano, Rev. De Lacy Wordlaw.
- 1889 – Acontecem os primeiros fenômenos religiosos em Juazeiro envolvendo o padre Cícero Romão Batista.
- 1914 – Elevação da diocese do Ceará à categoria de arquidiocese. Criação da diocese do Crato.
- 1915 – Criação da diocese de Sobral.
- 1938 – Criação da diocese de Limoeiro.
- 1961 – Criação da diocese de Iguatu.
- 1964 – Criação da diocese de Crateús.
- 1971 – Criação das dioceses de Quixadá, Tianguá e Itapipoca.
- 1973 – Nomeação de dom Aloísio Lorscheider para arcebispo de Fortaleza.
- 1976 – Dom Aloísio é criado e publicado cardeal pelo papa Paulo VI
- 1978 – Dom Aloísio é o primeiro bispo do Ceará a participar de dois conclaves.
- 1980 – O papa João Paulo II visita o Ceará.
- 1995 – Dom Aloísio pede transferência para a arquidiocese de Aparecida por motivos de saúde.
- 1996 – Dom Cláudio Hummes é nomeado arcebispo de Fortaleza.
- 1998 – Dom Cláudio é transferido para a arquidiocese de São Paulo.
- 1999 – Dom José Antônio Aparecido Tosi Marques é nomeado arcebispo de Fortaleza.
(Fontes: sites Vatican News, Arquidiocese de Fortaleza e CNBB)