O Papa Francisco concedeu duas indulgências plenárias para os fiéis que, em estado de graça, rezarem na Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida, no bairro do Ipsep, em Recife. As indulgências foram concedidas em resposta à solicitação enviada pelo pároco, padre João Carlos Magalhães, por meio de documento assinado pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, em novembro do ano passado, à Penitenciária Apostólica, por ocasião da celebração do jubileu de 60 anos de criação da Paróquia.
Para entender o que são indulgências, é importante saber que o pecado tem duas consequências: a culpa e a pena. A culpa é perdoada na Confissão; a pena, que é a desordem que o pecado provoca no pecador e nos outros, e que precisa ser reparado, é eliminada pela indulgência que pode ser plenária (total) ou parcial. A norma 1 do Manual das Indulgências assinala que “Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos”.
O pároco explica que há duas maneiras de conseguir as indulgências: pela oração na igreja até o dia 19 de agosto próximo, ou pela participação de missa solene no dia 12 de agosto.
Desde o dia 12 de abril até o dia 19 de agosto próximo, todas as pessoas que visitarem a igreja matriz, de forma piedosa, como romaria, participando de alguma celebração do Jubileu, ou rezando ali por um momento, ganham indulgência plenária. Para isto é necessário rezar também o Pai Nosso, o Credo e uma oração à Nossa Senhora, além de possuir o estado de graça ou confessar-se e receber a Sagrada Comunhão.
Outra indulgência plenária será concedida, especificamente, no dia 12 de agosto, a quem participar da solene Missa com o rito de dedicação da igreja matriz e consagração do altar, recebendo a Sagrada Comunhão, rejeitando qualquer pecado mesmo em pensamento e rezando pelas intenções do Papa. “A indulgência plenária do dia 12 de agosto só poderá ser aplicada uma vez porque será ligada à celebração da Missa, mas até o dia 19 de agosto, qualquer pessoa, visitando a igreja matriz numa celebração do Jubileu e cumprindo o que foi explicado para essa ocasião, poderá ganhar a indulgência quantas vezes for possível”, disse o pároco. “Enquanto reza, poderá ela própria receber a graça da indulgência ou oferecer pela salvação da alma de uma pessoa querida”, acrescentou.
As pessoas que, por razão grave, como doença ou dificuldade de locomoção, não puderem ir à igreja matriz ou estar presentes na Missa do dia 12 de agosto, poderão ganhar a indulgência plenária, dependendo da causa de sua ausência, ou oferecendo seus sofrimentos e sua vida à divina misericórdia, ou acompanhando pelo rádio, televisão, celular ou computador a Missa Solene.
“Esta é uma grande graça não somente para a paróquia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, no Ipsep, mas que se estende a todo povo de Deus”, afirmou o padre João Carlos. Por isso, a igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição Aparecida se dispõe a receber caravanas de outras paróquias para este momento de graça, com missa presidida por seu pároco ou pelo próprio padre João Carlos. Para isso, basta fazer contato com a secretaria da matriz e marcar dia e horário de visita. “Aproveitemos juntos esse tempo festivo e divino de nossa paróquia, com a possibilidade de, em meio a tanta felicidade, estarmos ainda mais próximos de Deus e nos salvarmos com a ajuda dos Sacramentos e das indulgências”, concluiu o pároco.
Conheça um trecho da carta que o padre João Carlos Magalhães enviou aos fiéis de sua paróquia sobre as indulgências:
“Deus instituiu a sua única Igreja no mundo para levar a todos a salvação alcançada por Cristo na cruz, através de suas ações, principalmente a celebração dos Sacramentos. Com a sua graça, Deus fez um limite ao alcance do mal: ele existe apenas pelo mau uso de nossas escolhas, mas também pela tentação do diabo, que, ainda que seja um anjo e tenha poderes, não é onipotente sobre nós. Um dos instrumentos da graça divina para o perdão dos pecados e força para resistirmos ao mal é o Sacramento da Penitência, também conhecido como Confissão ou Reconciliação. Por meio dele, o sacerdote, agindo como Cristo, ouve a confissão da pessoa arrependida e, apagando todos os pecados apresentados, absolve. Porém, outro efeito dos pecados cometidos são penas, castigos que podemos sofrer agora ou após a morte. Isto é devido à imensidão maldosa que é o pecado, total afastamento de Deus, mas que pode ser desfeito plenamente pelo arrependimento, pela confissão e pela absolvição. Para apagar as penas dos pecados confessados e absolvidos, Deus olha para os favores da Paixão de Cristo e da bondade dos Santos e dos Mártires, que são como um tesouro invisível e imenso de graças. Assim, pelo poder dado à Igreja por meio de São Pedro, de ser confirmado nos céus o que fosse feito na terra, algumas obras piedosas são envolvidas dessas graças do tesouro celestial: as indulgências. Há dois tipos: a indulgência plenária, isto é, que apaga todas as penas; a indulgência parcial, que apaga parte dessas penas. A recitação do Terço, a meditação da Via Sacra, a renovação das promessas batismais, a adoração ao Santíssimo Sacramentos e outras ações são indulgenciadas, em parte ou plenamente”.
Pascom AOR