A atmosfera de ternura e devoção pela Virgem de Fátima ganhou um reforço especial no domingo, 13 de maio, dia da Ascensão do Senhor e dia das mães. O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, presidiu a celebração de encerramento da festa do santuário arquidiocesano de Nossa Senhora de Fátima, no bairro da Soledade, região central do Recife. Além de novenas, terços, ofícios e missas, o Santuário Canônico Mariano promoveu no dia da padroeira momentos culturais religiosos como lançamentos de livros e CDs marianos.
A programação deste domingo, na festa da padroeira do santuário incluiu alvorada com fogos e banda musical, reza do Ofício de Nossa Senhora, celebração de missas, café da manhã comunitário, reza do Terço de Fátima com o apoio do Terço dos Homens, Adoração ao Santíssimo Sacramento e tarde cultural religiosa, com o lançamento dos livros “A Virgem Maria no Ano Litúrgico, do autor dom Bruno Lira, OSB, e “Sagrado Primitivo”, do padre André Araújo, S.J., lançamento do CD com canções marianas de autoria do padre João Carlos Ribeiro, Sdb.

Mães, filhos e famílias reuniram-se em torno da celebração em honra a Virgem de Fátima. Fiéis lotaram o santuário, localizado no terreno do antigo colégio Nóbrega, que é o primeiro construído no mundo em homenagem a Nossa Senhora de Fátima, inaugurado solenemente em 1935. Do lado de fora do santuário, antes da celebração da Missa, fiéis acompanharam a procissão da Virgem de Fátima, pelas ruas da Boa Vista. Entoando hinos de louvor e seguindo o cortejo estavam as irmãs Lúcia Maria da Silva e Maria Claudina da Silva, ambas técnicas de enfermagem e devotas da Virgem de Fátima. “Todos os anos acompanhamos a festa de Nossa Senhora de Fátima e neste ano estamos aqui para rezar e também para agradecer pela vida de meu sobrinho, que nasceu em 13 de maio. Neste ano foi mais especial, pois a data caiu no dia das mães”, contou emocionada Lúcia Maria, que trabalha no setor de pediatria do Hospital da Restauração.

O arcebispo dom Fernando Saburido recebeu a procissão e entrou no Santuário Canônico Mariano acompanhado pelo clero, para presidir a missa solene, que foi concelebrada pelo reitor do santuário, padre Antônio Mota, S.J. Inúmeras homenagens foram preparadas para a padroeira, especialmente neste treze de maio, quando é comemorado o primeiro ano da canonização dos santos pastorinhos santa Jacinta e são Francisco Marto. No altar, três crianças que frequentam o santuário estavam caracterizados como os pastorinhos, representando os videntes de Fátima. No momento em que o andor da padroeira entrou no santuário, a assembleia fez ecoar mais forte o hino de louvor à Virgem de Fátima.

Em sua homilia, dom Fernando ressaltou que Maria é a ponte para chegar a Jesus. Ela está sempre atenta e pronta para interceder pelas necessidades de seus filhos: “Maria se antecipa às nossas carências. Ela é a mãe que caminha conosco”. O arcebispo metropolitano também fez referência à mensagem do papa para o Dia Mundial das Comunicações, que neste ano aborda o tema “Fake News e Jornalismo de Paz”, lembrando que cada cristão deve ter compromisso com a verdade, pois a mentira provoca uma marca difícil de ser reparada.  

O acolhido Walberto abraça os irmãos da Fazenda da Esperança e o arcebispo metropolitano

Dentre os estandes e barraquinhas da quermesse da festa, estava instalada uma mesa com produtos da Fazenda da Esperança, com os acolhidos que se encontram em tratamento de reabilitação na Fazenda da Esperança de Jaboatão. Dom Fernando conversou com os acolhidos, que estão produzindo biscoitos, salgadinhos e terços. Dentro os acolhidos vendendo os produtos, estava Wamberto de Almeida Marques, de 32 anos. Ex-morador de rua, Wamberto vem fazendo o tratamento na Fazenda da Esperança de Jaboatão há dois meses, na tentativa de se livrar da dependência química de álcool e drogas. “Eu morava na rua e trabalhava perto desta igreja, como flanelinha, nas ruas próximas da Unicap. Cansei de ouvir o padre Mota me perguntando se eu não gostaria de mudar de vida, de fazer um tratamento…Até que um aluno da Unicap me falou da Fazenda da Esperança de Jaboatão e conseguiu abrir esta porta para mim”, revela o acolhido. Wamberto explicou que está trabalhando na confecção de terços e de biscoitos, como parte do processo de reabilitação. O jovem relata que também aprecia e aprende muito a convivência com os irmãos, como chama os outros acolhidos. “Experimentei o apoio dos irmãos, por meio das obras de misericórdia, pois quando um de nós está doente ou com alguma dificuldade, o outro irmão ajuda em algumas das tarefas diárias. Outro dia, eu estava com a perna doendo muito e não pude lavar minhas roupas. Então, um dos meus colegas se ofereceu e lavou para mim.”

 (Pascom AOR)