Por Larissa Souza/Pascom-AOR

É com . Pe. Geraldo .Josef Maria. Pennockpesar a Arquidiocese de Olinda e Recife comunica o falecimento do padre Geraldo Pennock da Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Madalena.  Na madrugada desta quinta-feira (3) o sacerdote sofreu insuficiência respiratória e veio a falecer. O missionário redentorista tinha 90 anos, foi autor de alguns artigos e compositor de músicas conhecidas nas missa, hinos e cânticos.

VELÓRIO:  Matriz do Perpétuo Socorro- Madalena- acontece neste momento- Rua Pessoa, 164- Madalena, Recife-PE.

MISSA EXEQUIAL: Matriz do Perpétuo Socorro

Horário: 14 horas

SEPULTAMENTO:  Cemitério Memorial Guararapes, localizado na BR 101, km 79,3, em Jaboatão dos Guararapes-PE.

Horário: Após a missa exequial

BIOGRAFIA-  ENVIADA DA MATRIZ DO PERPÉTUO SOCORRO

            Nasceu em Haia – Holanda, no dia 19 de março de 1925, no mesmo dia foi batizado na Igreja Paroquial de São José e recebeu os nomes de: Geraldo José Maria Pennock, em Latim: Gerardus Josef Maria Pennock. Chamaram-no Gerard porque já havia um José na família. Seu pai se chamava Johannes Jacobus Pennock e sua mãe Maria Francisca Kavelaars, ambos profundamente católicos.

            Seus pais tiveram 14 filhos vivos: nove homens e cinco mulheres. Era o 13º filho (os últimos cinco foram todos homens). Aos quinze dias de vida, seus pais mudaram de casa e foi no berço, dentro do caminhão de mudanças para o novo endereço. Isto marcou muito sua vida, pois mudou muitíssimas vezes de casa.

            Foi criado pela mãe e sua irmã mais velha, até que esta foi para o convento em 1937. Já como criança de 05 ou 06 anos despertou a vocação para querer ser padre, na Congregação de São Geraldo Majela – Redentorista, que mais tarde descobriu e na qual já estava seu irmão Francisco, o número doze da família. Os outros irmãos mais velhos já tinham ido para o seminário.

  • O mais velho, Leo se ordenou Padre Secular em 1952.
  • O segundo irmão, João se ordenou em 1935, na Congregação dos Missionários do Sagrado Coração (MSC).
  • O terceiro Antônio se ordenou em 1938, na mesma Congregação que João.
  • O quarto, Pedro começou na Congregação dos Missionários do Sagrado Coração, mas terminou nos Salesianos, sendo ordenado em 1947 na Itália.
  • O quinto Henrique também começou na Congregação dos Missionários do Sagrado Coração, com algumas interrupções nos estudos, se ordenou em 1950 como Capuchinho.
  • O sexto Francisco se ordenou em 1948, como Redentorista.
  • Geraldo Pennock foi ordenado em 1949, também como Redentorista.

Em 1964 foram recebidos pelo Papa Paulo VI, junto com a mãe e a irmã freira Elizabeth, que queria ser Monja Carmelita, mas como os pais não podiam pagar o dote, entrou numa Congregação ativa, mas por diversas circunstâncias ela conseguiu, depois de 25 anos entrar na ordem de Santa Clara.

Entrou no Seminário Menor em Nijmegen, em 1937. Em 1939 começou a guerra mundial e em 1940 os alemães invadiram a Holanda. Depois de dois anos tiveram que sair do prédio do seminário, expulsos pelos Alemães. Foram para outro prédio em Roermond, e de lá, foram expulsos também, indo para um lugarzinho perto, onde ficaram em várias casas.

            Em 1943 foi para o Noviciado em S’Hertogenbosch. Lá presenciou a libertação do seu país.

      Fez sua primeira profissão religiosa no dia 08/09/1944, no momento em que a cidade estava sob o fogo dos canhões dos alemães, e pouco depois, do exército de libertação. Dormiam no subterrâneo do convento. Depois do término do Noviciado, deviam ir para o Seminário Maior em Wittem, no sul do país, mas não havia jeito de viajar. Foi preciso ficar até o inicio de novembro, quando foram a pé para uma cidade a 30 KM de distância, e lá conseguiram um transporte particular numa pequena caminhonete fechada até Maastricht, onde o exército americano que ocupava uma parte do prédio do Seminário Maior mandou buscar numa ambulância grande. Eram sete professos. Aí se encontrou de novo com seu irmão Francisco, que já cursava o 3º ano de seminário. Os primeiros anos depois da libertação foram ainda difíceis, mas não faltou o necessário graças aos americanos e ao povo bom dos arredores do seminário.

      Em março de 1945, receberam a notícia que o bairro de Haia, onde moravam seus pais e duas irmãs, fora bombardeado. Após alguns dias, receberam a notícia de que eles haviam escapado, deixando tudo para trás, a casa foi destruída pelos incêndios, mas foram bem acolhidos por amigos numa cidade vizinha.

      Em 1948 houve a ordenação do seu irmão Francisco, foi um mês depois da morte repentina do seu pai.

      Em 1949 no dia 13 de setembro, foi a sua vez de ser ordenado, como o sexto padre da família.

      O Capuchinho Henrique ordenou-se por último, no dia 02/08/1950.

      No fim do ano de 1950 recebeu sua nomeação para o Brasil, para sua grande alegria. Seu irmão Antônio, que aqui era chamado Mário, já estava no país desde o mês de setembro de 1939 e esteve na Holanda na data da ordenação do Capuchinho. Foi uma grande festa: sete irmãos no altar. Sua mãe recebeu até uma condecoração do Papa, que ela com muita humildade falou: “Não foi eu que fiz sete filhos ser padres, foi Deus”.

      Saiu para o Brasil no dia 06/01/1951 (Epifania) em companhia de Padre Carlos Donker, nomeado para erigir a Vice-Província do Nordeste. Ele morreu na Holanda com 99 anos em 1997. Chegou ao Brasil no dia 28/01/1951.

      Sua primeira casa foi em Garanhuns, no Seminário São José, da Diocese, ainda em construção. Neste primeiro ano já foi sozinho num caminhão pelas estradas de terra, para Juazeiro na Bahia onde passou quatro meses. Depois voltou para Garanhuns e no fim do mesmo ano começou a acompanhar os Missionários nas Missões.

            De 1951-1963 ajudou a fazer umas 90 missões e 30 exercícios em Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e participou da grande missão em Belém do Pará. Durante estes anos esteve em Garanhuns, Campina Grande e Arcoverde, onde quando voltava das Missões ajudava nas paróquias.

      Mudou no fim de 1952 para Campina Grande, morando na sacristia da igreja de São José da Mata, com o padre João Batista e o Padre José. Em 1953 mudaram para a nova casa em Bodocongó – Campina Grande. Nestes dois anos foi vigário de Fagundes e Galante nos fins de semana, e conseguiu terminar a construção da igreja de Galante, só que no dia da inauguração (em 08/12/1954), não pode estar presente, pois estava pregando uma Missão. Em 1954 foi para Arcoverde, após uma curta passagem em Garanhuns. Em Arcoverde iniciou a construção da capela de São Geraldo, mas em 1956 mudou de novo para Garanhuns.

Após suas primeiras férias na Holanda foi para Campina Grande. Lá recebeu a incumbência de acompanhar a construção do novo Convento e do Seminário Menor. Gostava do trabalho, mas em 1961 foi transferido para Souza, Paraíba, como vigário no lugar de Padre Guilherme, que foi de férias para a Holanda. Souza foi bom demais, mas a Paróquia foi entregue ao Bispo, e voltou novamente para Garanhuns, Arcoverde e para as Missões.

            Em 1965 começou uma nova fase da sua vida como professor e formador no Seminário Menor. Fez este trabalho com gosto e, com uma pequena interrupção em Natal (1967) ficou até o final de 1968 quando a Vice-Província se viu obrigada a fechar o Seminário Menor. Para ele foi muito doloroso. De noite sonhava que estava junto do caixão de um seminarista!

            O Seminário Menor deu lugar a um Colégio, mas não se sentiu chamado para este tipo de trabalho. Então, Padre Jaime, Vice-Provincial, arranjou para ele um curso, chamado “Christus Sacerdos”, de nove meses, curso este que tratava de uma reciclagem das matérias estudadas no Seminário Maior e com acompanhamento psicológico, através de psico-análise pessoal e grupal. A primeira parte foi em São Leopoldo, no Casarão dos Jesuítas e a Segunda parte foi na cidade de Porto Alegre, onde morava no colégio do Rosário dos Maristas, servindo-lhes como Capelão, e ao mesmo tempo dava assistência ao Vigário da Catedral, convivendo com Dom Scherer e outros (futuros) bispos! Foi um ano muito proveitoso, uma parada na sua vida para novas atividades, da qual a primeira foi escrever um livro. “Vem e Vê a Vocação na Bíblia”, que foi muito bem recebido e teve uma 2ª edição.

Quando voltou do Sul em novembro de 1969 ficou sem um trabalho determinado, pois em 1970 ia de férias para a Holanda. Aí, a Vice-Província lhe pediu para dar acompanhamento e assistência a Padre Paulo que estava só em Salvador. Moravam em cima do corredor da Igreja de São Lázaro. Após as férias, ficou aguardando um trabalho definitivo que veio depois da pregação de um retiro às Irmãs Dorotéias, em Boa Vista. Daí recebeu o convite para a tarefa de Secretário Executivo da CRB – Regional. Com aprovação da Vice-Província aceitou e assim iniciou um trabalho muito bonito, em prol da vida religiosa no Nordeste II (Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte). Foi no momento em que a CRB no Brasil passava por uma crise tremenda que terminou com as atividades comerciais de sustento às obras dos religiosos e religiosas. Seu primeiro trabalho foi ajudar na liquidação das Unilojas da CRB e então começou a assumir a organização de atividades de acompanhamento e promoção da própria vida religiosa. Foi pedido, sobretudo, dar ênfase à interiorização da CRB, fundando e animando núcleos diocesanos da CRB nos quatro Estados.

Foi um tempo em que andou milhares de quilômetros, seguido por sua adjunta, Irmã Maria Tereza Mrázová, CSA, visitando a grande maioria dos Conventos e das pequenas comunidades existentes naquele tempo. Além disto, organizaram cursos e encontros para os vários tipos de atividades da V.R.; foi um tempo muito rico, também para ele, sobretudo, que nestes anos começou a pregar dezenas de retiros para religiosas.

Em 1979 se despediu da CRB, mas ficou ainda ligado ao trabalho, sendo nomeado Vigário Episcopal para a vida Religiosa por Dom Hélder. Nesta qualidade fazia parte do Colégio Arquidiocesano, o que continuou ainda dois anos com Dom José Cardoso. Ao mesmo tempo, o secretariado da CNBB lhe convidou para organizar o SEDIPO e depois cuidar da administração. Foi um tempo em que também assumiu a organização de 03 cursos de canto na CNBB, sucedendo Irmã Neuza Franklin.

Em 1982 o Serene II (Seminário Regional Nordeste II) lhe convidou para ajudar na administração do mesmo, e entrou também na equipe de formação. Com a saída de Padre Luiz Antônio, foi convidado para ser Reitor do seminário sempre trabalhando com uma excelente equipe, e dando também algumas aulas no ITER, até o dia de uma nova “morte”, o fechamento do Serene II e do ITER, em 1989. Chorou na última missa na capela da casa Central do Serene II, na Várzea, agora Cúria do Arcebispo. Isto aconteceu exatamente quando ele completava 40 anos de Padre, Dom José Maria Pires lhe convidou então para assumir a tarefa de Reitor no Seminário de João Pessoa onde uma grande parte dos seminaristas do Serene II podiam continuar seus estudos numa linha parecida com a maneira daqui: os seminaristas em comunidades e com seu formador vivendo com eles. Fizeram a mudança, Padre Luiz Weel e ele morando em Bayeux, perto de João Pessoa e continuaram com fé e coragem no novo ambiente e numa nova organização, a grande tarefa da formação dos futuros Sacerdotes.

Quando em 1988 ficou Reitor, assumiu a Paróquia da Fábrica em Camaragibe com Padre Luiz Weel, substituindo Padre Luiz Antônio. Antes já tinha dado assistência nos finais de semana no bairro do Ibura, a pedido do Padre francês Gildo, durante o período de seis anos.

Em 1990, Dom José Maria Pires me pediu para assumir a Paróquia de Pilar no Estado da Paraíba, a 50 km de João Pessoa, onde ficou até partir de férias em 1992.

Aproveitou a oportunidade para oferecer sua renúncia a Dom José Maria, com dor no coração. Mas sentiu que sua idade não dava mais para a mentalidade dos jovens seminaristas.

Em 28/05/1992 assumiu a Paróquia da Madalena – Recife, como substituto de Padre Jaime van Woensel. Quando este voltou de férias, lhe ofereceu para continuar como vigário, aceitou e em 09/10/1992 recebeu a provisão definitiva como Administrador Paroquial. Desde então, trabalhou na Paróquia com muito bom gosto e boa vontade.

Tentou dar continuidade ao trabalho pastoral dos seus antecessores. Permitiu a presença da Renovação Carismática (RCC). Existe uma certa reserva entre nós para com este movimento, mas considerou que a Paróquia precisava antes de tudo de muita oração e posso dizer que o grupo soube evitar certos excessos e se tornou também uma verdadeira presença nas muitas atividades na Paróquia.

Sonhou desde o início de erigir finalmente uma torre junto da Matriz e fazer um salão paroquial no lugar da antiga “2ª Sacristia”. Foi atrás de licença da Prefeitura, mas por falta de certos documentos teve de esperar 03 anos para iniciar a obra. A arquiteta foi Dra. Lilia Campelo de Melo. Quando terminado o trabalho todo mundo gostou. Colocou-se em cima da torre quatro bocas possantes para servir de sino. Depois da torre conseguiu fazer o salão que ficou muito lindo e ajudou para fazer reuniões e festas. Além de outros trabalhos na matriz mandou pintar e envernizar os bancos como também pintar a matriz. Mandou fazer também um estrado para colocar um altar na frente do coro para ficar mais perto do povo.

Também a festa de N.Sra. do Perpétuo Socorro foi ganhando brilho com uma procissão crescente e festanças externas, primeiro no CECOSNE e depois na própria pracinha da Matriz.

 Em fins de 1999 ficou decidido que entregaria a paróquia a padre Gerson Aparecido dos Santos, o que aconteceu no dia 13 de fevereiro de 2000. Ficou com o título de vigário paroquial e depois das suas férias na Holanda exerceu outros trabalhos.

Algumas de suas Obras 

Escritos:

  1. Vem e Vê – A vocação na Bíblia (Ed. Vozes – 02 edições).
  2. Vida Religiosa e Vocação Batismal (Coleção “Vida Religiosa” 07 da CRB – Tradução em Espanhol pela CLAR).
  3. O Núcleo da Vida Religiosa – (Tradução de um livro em holandês, de Padre T.J. Van Bavel).
  4. A Nossa História – Os Redentoristas no Nordeste Brasileiro, de Padre Adriano Backx, que me levou a escrever junto com Padre Adriano, o livro “A presença dos Missionários Redentoristas no Nordeste – 1947 – 1994”.
  5. Artigos na Revista Convergência, da CRB – Nacional.

Principais Músicas

  • Missa “Somos Enviados do Senhor”.
  • Missa “Memória de Cristo”.
  • Missa “Em Honra de Nossa Senhora do Carmelo”.
  • Missa “Em honra da Santa Cruz”.
  • Missa “Da Páscoa – Libertação”.
  • Missa “Seduziste-me Senhor”.
  • Missa “Áurea ao Sagrado Coração de Jesus”.
  • Música para Antífonas de Nossa Senhora e hinos da Oração do Tempo presente.
  • Hino para: Nossa Senhora do Bom Conselho, a Sagrada Família e Santo Afonso.
  • Canto: “O Segredo da vida” – texto: Tradução de uma poesia alemã.